quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Nessa quinta (3), professores realizam vigília na reitoria da UFF

Ato acontece no mesmo dia em que docentes federais em greve se reúnem com MEC



Nessa quinta, em todo o país, docentes realizam ações que deem maior visibilidade à luta que travam nas instituições federais em greve: forçar o governo e os reitores a responderem as reivindicações da categoria. A Assembleia Geral dos Professores da UFF dessa terça (1/9), compondo a mobilização crescente no cenário nacional, deliberou por uma “vigília na reitoria”, amanhã (3/9), para pressionar por avanços nas negociações e pela publicização da real situação financeira da instituição.

A concentração é às 15h, nos jardins da reitoria da UFF (Rua Miguel de Frias). O Comando Local de Greve dos Docentes orienta que os participantes estejam vestidos com camisetas pretas.

Universidade corre o risco de parar, com ou sem greve

A comunidade acadêmica deseja saber qual é o impacto do corte de mais de R$11 bilhões na Educação no cotidiano da UFF, que, sem dinheiro para pagar a conta, teve energia cortada recentemente. Não pagar a luz choca, mas está longe de ser o efeito mais grave e duradouro da política de ‘ajuste fiscal’. Salários e benefícios dos trabalhadores terceirizados com frequência atrasam. Obras são paralisadas, enquanto alunos estudam em contêineres, como acontecem nos campi da UFF em Rio das Ostras e Campos dos Goytacazes.  

E as reduções das bolsas e dos financiamentos públicos não param. Faltam recursos para que o ensino, a pesquisa e a extensão – as três atividades essenciais da universidade – funcionem como deveriam e para que o aluno possa permanecer estudando.

Além do contingenciamento de recursos para os programas de pós-graduação, que, em alguns casos, pode chegar até mesmo a 75% do valor; o mais recente corte foi no financiamento de projetos de extensão  – aqueles em que a universidade sai dos seus muros para interagir e auxiliar a comunidade. A Reitoria anunciou que de 45 propostas submetidas pela UFF ao edital Proext do MEC, que financia esses projetos, 39 foram aprovadas, mas apenas duas terão apoio financeiro. Dezenas de projetos de mérito reconhecido serão prejudicados.

Em reunião no MEC, docentes cobrarão respostas às reivindicações

No mesmo dia, às 16 horas, o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN se reunirá, em Brasília, com representantes do Ministério da Educação (MEC), para discutir as pautas específicas dos professores, em greve há mais de 90 dias, e cobrar resposta imediata às reivindicações do movimento.

Na segunda-feira (31), os docentes protocolaram uma carta na Secretaria de Educação Superior/MEC apontando os itens a serem discutidos na reunião desta quinta (3). Entre os pontos está a reversão dos cortes no orçamento do Ministério da Educação; o compromisso de que o MEC não adote nas IFE contratação via Organização Social (ou formas equivalentes), que precarizam ainda mais as condições de trabalho dos docentes; autorização imediata para a ocupação dos cargos de professores existentes e criação de novas vagas para atender às demandas; liberação de verbas para conclusão das obras de infraestrutura já iniciadas; retomada da negociação sobre a reestruturação da carreira; e, com base na discussão da pauta unificada com os demais servidores federais, compromisso com reajuste em uma única parcela, com vigência a partir de janeiro de 2016.

#Negocia, ministro
#Negocia, reitor


Em meio à maior crise da história das universidades federais no Brasil e após três meses de greve, o reitor da UFF, Sidney Mello, e o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, se recusam a receber os movimentos grevistas e os representantes sindicais e estudantis da comunidade acadêmica. Essa ausência e a insistência em não receber os Comandos de Greve já seriam graves em qualquer circunstância. Mas é ainda maior quando se observa que a UFF e o conjunto das instituições federais de ensino superior no país atravessam a maior crise de sua história. Os dois só são vistos no Facebook...

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