Ato acontece no mesmo dia em que docentes federais em greve se reúnem com MEC
Nessa quinta, em todo o país, docentes
realizam ações que deem maior visibilidade à luta que travam nas instituições federais
em greve: forçar o governo e os reitores a responderem as reivindicações da
categoria. A Assembleia Geral dos Professores da UFF dessa terça (1/9),
compondo a mobilização crescente no cenário nacional, deliberou por uma “vigília na reitoria”, amanhã (3/9),
para pressionar por avanços nas negociações e pela publicização da real
situação financeira da instituição.
A concentração é às 15h, nos jardins da
reitoria da UFF (Rua Miguel de Frias). O Comando Local de Greve dos Docentes orienta
que os participantes estejam vestidos com camisetas pretas.
Universidade corre o risco de parar, com ou sem greve
A comunidade acadêmica deseja saber qual é o impacto do
corte de mais de R$11 bilhões na Educação no cotidiano da UFF, que,
sem dinheiro para pagar a conta, teve energia cortada recentemente. Não pagar a
luz choca, mas está longe de ser o efeito mais grave e duradouro da política de
‘ajuste fiscal’. Salários e benefícios dos trabalhadores terceirizados com
frequência atrasam. Obras são paralisadas, enquanto alunos estudam em
contêineres, como acontecem nos campi da UFF em Rio das Ostras e Campos dos
Goytacazes.
E as reduções das bolsas
e dos financiamentos públicos não param. Faltam recursos para que o ensino, a
pesquisa e a extensão – as três atividades essenciais da universidade –
funcionem como deveriam e para que o aluno possa permanecer estudando.
Além do contingenciamento de recursos para os
programas de pós-graduação, que, em alguns casos, pode chegar até mesmo a 75%
do valor; o mais recente corte foi no financiamento de projetos de extensão – aqueles em que a universidade sai dos seus
muros para interagir e auxiliar a comunidade. A Reitoria anunciou que de 45 propostas
submetidas pela UFF ao edital Proext do MEC, que financia esses projetos, 39
foram aprovadas, mas apenas duas terão apoio financeiro. Dezenas
de projetos de mérito reconhecido serão prejudicados.
Em reunião no
MEC, docentes cobrarão respostas às reivindicações
No mesmo dia, às 16 horas, o Comando Nacional de Greve do
ANDES-SN se reunirá, em Brasília, com representantes do Ministério da Educação
(MEC), para discutir as pautas específicas dos professores, em greve há mais de
90 dias, e cobrar resposta imediata às reivindicações do movimento.
Na
segunda-feira (31), os docentes protocolaram uma carta na Secretaria de Educação Superior/MEC apontando
os itens a serem discutidos na reunião desta quinta (3). Entre os pontos está a
reversão dos cortes no orçamento do Ministério da Educação; o compromisso de
que o MEC não adote nas IFE contratação via Organização Social (ou formas
equivalentes), que precarizam ainda mais as condições de trabalho dos docentes;
autorização imediata para a ocupação dos cargos de professores existentes e
criação de novas vagas para atender às demandas; liberação de verbas para
conclusão das obras de infraestrutura já iniciadas; retomada da negociação
sobre a reestruturação da carreira; e, com base na discussão da pauta unificada
com os demais servidores federais, compromisso com reajuste em uma única parcela,
com vigência a partir de janeiro de 2016.
#Negocia, ministro
#Negocia, reitor
#Negocia, reitor
Em meio à maior crise da história das
universidades federais no Brasil e após três meses de greve, o reitor da UFF,
Sidney Mello, e o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, se recusam a
receber os movimentos grevistas e os representantes sindicais e estudantis da
comunidade acadêmica. Essa ausência e a insistência em não receber os
Comandos de Greve já seriam graves em qualquer circunstância. Mas é ainda maior
quando se observa que a UFF e o conjunto das instituições federais de ensino
superior no país atravessam a maior crise de sua história. Os dois só são
vistos no Facebook...
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