segunda-feira, 29 de junho de 2015

Greve na UFF: aulas públicas na Praça Araribóia nesta terça (30)



Dia terá ainda panfletagem na Praia Vermelha (8h30), Cine-Debates no Gragoatá (10h) e no Valonguinho (18h), plenária dos três segmentos (10h, no Gragoatá), debate na Arquitetura (14h), reunião na Reitoria (14h) e atividade em Campos
e Rio das Ostras 







Veja abaixo a programação desta terça e dos próximos dias


Terça-feira (30/06)

UFF em Niterói 

 

8h30 - Panfletagem em frente ao Casarão da Arquitetura/ Praia Vermelha

10h - Cine-Debate: filme "Dois Dias, Uma Noite", longa belga escrito e dirigido por Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne (1h35min). Debate com os professores Zuleide Silveira e Demian Melo, no Bloco D, do campus Gragoatá. O filme aborda o desemprego e as relações no trabalho.




10h – Plenária dos três segmentos em greve – estudantes, técnico-administrativos e professores, no campus Gragoatá (Entre os Blocos E e F).

14h - UFF na Praça: Aulas públicas na Peaça Araribóia, próximo ás Barcas, sobre 'ajuste fiscal', com o professores de economia Victor Leonardo, e 'Os cortes na educação na Espanha', com representante do Podemos. 

14h – Debate na Arquitetura, com os professores Eblin Farage e Gustavo Gomes (ambos do Serviço Social/Niterói)

14h - Comando Local de Greve docente participa de reunião com o Comitê Gestor da UFF, no terceiro andar da Reitoria.

18h - Cine-Debate na Matemática, no campus do Valonguinho, com exibição de  'CHAOS' O filme é sobre matemática, em nove capítulos, de treze minutos cada. É um filme para todo público sobre sistemas dinâmicos, o efeito borboleta e a teoria do caos. Como em DIMENSIONS, é distribuído sob a licença de Creative Commons e foi produzido por Jos Leys, Étienne Ghys e Aurélien Alvarez.





UFF em Rio das Ostras
17h30 – Exibição do documentário sobre a artista contemporânea Marina Abramovic, seguido de conversa com os professores Jorge Vasconcelos, André Cotta e Danilo Melo.

UFF em Campos dos Goytacazes
14h – Reunião dos docentes de Campos

17h – Reunião do Comando Unificado de Greve

19h – Cine-debate com o filme “Entre os Muros da Escola”


Assembleia dos Docentes da UFF acontece na próxima quinta (2)


Na próxima quinta (2), às 15h, acontece nova assembleia dos docentes da UFF, na quadra de Educação Física/ Campus do Gragoatá. Os pontos de pauta são 1) Avaliação da Greve; 2) Avaliação da reunião com o MPOG.
Observações:
1) Professores de fora da sede podem solicitar o reembolso da passagem para o deslocamento, mediante a apresentação dos comprovantes.
2) Podem participar docentes sindicalizados ou não. Entretanto, o professor deve levar algum documento que comprove a docência na universidade, como o contracheque, por exemplo, para facilitar o credenciamento.
3) No horário da assembleia, haverá estrutura para recreação de crianças, atendendo aos pais e mães com filhos pequenos. O espaço de ciranda funcionará a partir das 14h, na sede Aduff-SSind (Rua Prof. Lara Vilela, 110, São Domingos – Niterói) e contará com educadoras especializadas em educação infantil.
4) O Comitê de Solidariedade aos Terceirizados estará novamente presente na AG, arrecadando doações para os trabalhadores.

Comando Local de Greve dos Docentes participará de reunião na Reitoria da UFF nessa terça (30)



O Pró-Reitor de Pessoal, Túlio Franco, pelo Comitê Gestor da UFF, representando a administração central da Universidade, no início da tarde de hoje (29), encaminhou ofício aos representantes da Aduff-SSind, Sintuff e DCE e seus respectivos Comandos Locais de Greve para que participem de reunião no prédio da reitoria, amanhã (30), às 14h. De acordo com o documento, “o objetivo da reunião é fazer uma avaliação da situação da Universidade, os movimentos em curso e a proposta de retomada nas negociações no âmbito da UFF”.

Por decisão de assembleia realizada no dia 16 de abril, foi deliberada a suspensão da presença da Aduff-SSind na mesa de negociação com a reitoria enquanto a administração da universidade não retirar os processos judiciais que move contra o Sintuff. Para os docentes, na medida em que a reitoria criminaliza o movimento organizado, encerra o diálogo. Por isso, os professores da UFF estarão representados, nesse fórum convocado pela administração central, por integrantes do Comando Local de Greve – CLG.

Na quarta (1°), reitora da UNIFESP e novo reitor da UFRJ participam de debate na UFF sobre crise nas universidades federais

Atividade está sendo organizada pelos três segmentos em greve da Universidade Federal Fluminense e será antecedida por um grande ato na reitoria da UFF

Na tarde desta quarta-feira (1°), a reitora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Soraya Smaili, e o reitor eleito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, participam como debatedores convidados da mesa a “Crise nas Universidades Públicas e a Luta em Defesa da Educação”. A atividade de greve organizada por docentes, técnicos-administrativos e estudantes da UFF será realizada às 16h, no Cine Arte UFF (prédio da reitoria, em Niterói) . Os dois têm se destacado no cenário nacional pela crítica ao corte de quase 10 bilhões de reais no orçamento da educação federal, decorrente do ajuste fiscal do governo, e pela transparência na abordagem de como essa medida impacta as universidades.

Também estarão presentes no debate representantes do sindicato nacional dos professores (ANDES-SN) e da federação de sindicatos dos trabalhadores em educação das universidades brasileiras (FASUBRA), além de integrantes da ANEL e Oposição de Esquerda da UNE, representando o corpo estudantil.

Às 14h, ato exige que reitor da UFF receba e dialogue com movimento grevista
Antes do debate, os três segmentos em greve da Universidade Federal Fluminense realizam um grande ato em frente à reitoria para exigir que a administração central da UFF receba os comandos locais de greve, se posicione a respeito das demandas unificadas dos três setores e responda as pautas específicas de cada segmento. Desde que a greve foi deflagrada, em 28 de maio, o reitor da UFF, Sidney Mello, ainda não recebeu o movimento grevista. A concentração para o ato será no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), às 13h.

Entre as reivindicações unificadas dos três segmentos está a transparência nas contas da UFF, com abertura de todos os convênios, contratos – incluindo as terceirizações – e custo das obras de expansão; garantia do pagamento imediato dos salários dos terceirizados; debate democrático e efetivo sobre o Plano de Desenvolvimento Institucional; reposição das vagas de docentes aposentados e falecidos (desde a década de 1990) para além das vagas originadas pelo Reuni, via concurso público e contratação pelo regime jurídico único; suspensão do calendário escolar retroativo ao dia 28 de maio, quando foi deflagrada a greve dos docentes, técnicos-administrativos e estudantes; entre outras.

Arraiá de greve fecha atividades do 1° de julho
Às 19h, as atividades do 1° de julho serão finalizadas com um arraiá de greve no gramado da reitoria. 

Creche

O CLG também definiu que haverá estrutura para recreação de crianças, para atender aos pais e as mães com filhos pequenos que desejem participar da assembleia. Nesta quarta (30), o espaço de ciranda funcionará a partir das 15h, na sede Aduff-SSind (Rua Prof. Lara Vilela, 110, São Domingos – Niterói), e contará com professoras especializadas em educação infantil.

Reunião da Educação Federal e Caravana Nacional acontecem nos dias 6 e 7 em Brasília


Aduff-SSind e Comando Local de Greve estarão presentes; interessados em participar devem procurar secretaria do sindicato até 2 de julho


Representantes da Aduff-SSind e do Comando Local de Greve dos docentes da UFF participarão das atividades programadas para os próximos dias 6 e 7 de julho em Brasília, respectivamente a Reunião da Educação Federal e a Caravana Nacional em Defesa da Educação Pública. Na terça (7), também acontece reunião dos servidores públicos federais com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) – o que reforça a importância da mobilização na cidade. Professores interessados em participar da programação dos dois dias ou apenas da manifestação do dia 7 devem procurar secretaria do sindicato pessoalmente ou enviar um e-mail para aduff@aduff.org.br com o máximo de brevidade possível, até, no máximo, dia 2 de julho.

Confira a programação da semana de 29 de junho a 3 de julho

Segunda-feira (29/06)

Atividade Geral 10h – Reunião do Comando Local de Greve, na sede da Aduff.

UFF em Campos dos Goytacazes
10h – Reunião para discussão do regimento interno da unidade

Terça-feira (30/06)

UFF em Niterói

 

8h30 - Panfletagem em frente ao Casarão da Arquitetura/ Praia Vermelha

10h - Cine-Debate: filme "Dois Dias, Uma Noite", longa belga escrito e dirigido por Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne (1h35min). Debate com os professores Zuleide Silveira e Demian Melo, no Bloco D, do campus Gragoatá. O filme aborda o desemprego e as relações no trabalho.

10h – Plenária dos três segmentos em greve – estudantes, técnico-administrativos e professores, no campus Gragoatá (Entre os Blocos E e F).

14h – Debate na Arquitetura, com os professores Eblin Farage e Gustavo Gomes (ambos do Serviço Social/Niterói)

14h - UFF na Praça 
Aulas públicas. Maiores informações em breve. 

18h - Cine-Debate na Matemática
Sessão: Dimension - Episódio 5 

UFF em Rio das Ostras
17h30 – Exibição do documentário sobre a artista contemporânea Marina Abramovic, seguido de conversa com os professores Jorge Vasconcelos, André Cotta e Danilo Melo.

UFF em Campos dos Goytacazes
14h – Reunião dos docentes de Campos

17h – Reunião do Comando Unificado de Greve

19h – Cine-debate com o filme “Entre os Muros da Escola”


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Cine-debate na greve: "Dois dias, Uma noite" faz pensar relações coletivas e de trabalho

Filme belga será exibido na terça-feira (30) no Gragoatá em atividade da greve; longa já foi objeto de debate num dia de paralisação na UFF Volta Redonda


DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira

Sandra é uma jovem senhora casada, mãe de um casal. Apta ao voltar ao trabalho, após quatro meses de licença médica para tratar uma depressão, ela descobre que seu emprego está por um fio. Quatorze dos dezesseis colegas preferiram receber um bônus individual de mil euros ao invés de tê-la de volta na equipe, mesmo sabendo que ela seria demitida. Domando a angústia que sente, ela tem pouco tempo para fazê-los mudar de ideia. Assim começa o filme belga, “Dois dias, uma noite”, que será exibido na próxima terça-feira, às 10h, no próximo dia 30 de junho (terça-feira), no Bloco D/ Campus do Gragoatá. Após o filme, haverá um debate com os professores Zuleide Silveira e Demian Melo, que vão abordar as relações de trabalho na contemporaneidade.

Sessão de “Dois dias, uma noite” fez sucesso em Volta Redonda

O mesmo filme também foi exibido em atividade de mobilização realizada em maio desse ano no campus de Volta Redonda/Aterrado. Na ocasião, os professores Augusto Cesar Freire, do curso de Psicologia, e Renata Vereza, presidente da Aduff-SSind, participaram do debate mediado pelo docente Gustavo Ferraz. Eles abordaram a crise econômica mundial, o individualismo da sociedade capitalista, o fenômeno da terceirização e as medidas de austeridade fiscal que retiram direitos dos trabalhadores. Ainda refletiram sobre as condições de trabalho na universidade, a necessidade de mobilização entre professores, estudantes, técnico-administrativos e terceirizados, e o processo de construção da greve unificada do funcionalismo público federal para pressionar o governo a negociar a pauta de reivindicações da categoria.

“O filme é lindo esteticamente, mas a história é pesada. Tem um contraste em si entre o que é da ordem da felicidade e o que é da ordem da tristeza. E é interessante ouvir os personagens dizerem, de forma recorrente, que não tinham culpa, porque quem decide, ao final, é o patrão, para se eximir de qualquer responsabilidade em relação ao futuro de Sandra”, disse Augusto Cesar Freire.

Para Renata Vereza, “Dois dias, uma noite” permite muitas discussões interessantes, sendo uma delas o individualismo como ideologia do capital. “Há um incentivo aos projetos individuais e não aos coletivos. Isso é muito conveniente para quem manda, porque juntos, nós temos muita força. Por outro lado, dizer que não podemos fazer nada aplaca a nossa consciência e diminui a nossa inserção na coletividade. Os direitos que ainda temos são resultado de um processo coletivo de lutas”, avalia.

A plateia interveio positivamente, tecendo considerações sobre o filme e relacionando as questões vividas pela personagem com os desafios da realidade, seja no campo da política econômica brasileira – refutando que direitos trabalhistas, previdenciários e sociais sejam retirados para o pagamento dos juros da dívida pública – seja em relação aos anseios gerados pela crise financeira, com o corte de bilionário no orçamento da Educação, que afetou as Instituições de Ensino Superior e, por conseguinte, à UFF.

“Com o ajuste fiscal, temos um corte no orçamento da Educação e da Saúde. Isso, em cascata, levou a menos 30% nas verbas da universidade pública – o que implica, na prática, na diminuição de uma série de programas, especialmente os de assistência estudantil. Também não houve a abertura de alguns programas de assistência ao docente, como auxílios para a participação em congressos e em bancas. Há campi com vários problemas graves em relação à infraestrutura, fruto de uma expansão mal planejada. Parte dessas questões está ligada à política de ajuste fiscal, mas outra está fortemente relacionada com o crescimento desordenado que a universidade vivenciou”, disse Renata.

No dia 1° de julho, greve dos três segmentos irá à reitoria exigir atendimento imediato da pauta de reivindicações


DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Lara Abib
Foto: Luiz Fernando Nabuco - Detalhe da assembleia do dia 25 de junho, quando os professores aprovaram a manutenção da greve e a participação no ato do dia 1/7

Na próxima quarta-feira, 1° de julho, docentes, técnico-administrativos e estudantes irão realizar um grande ato em frente à reitoria para exigir que a administração central da Universidade Federal Fluminense (UFF) receba os comandos locais de greve, se posicione a respeito das demandas unificadas dos três setores e responda as pautas específicas de cada segmento.


O ato foi proposto na plenária unificada de greve na UFF e referendado pelos comandos locais de cada categoria. A concentração para o ato começa às 13h, em frente ao Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), com oficina de cartazes, e às 14h, o ato chega à reitoria. Às 16h, a comunidade acadêmica da UFF realiza um debate sobre a universidade pública no Brasil, com presença de Soraya Smaili (reitora da Unifesp) e de Roberto Leher (reitor eleito da UFRJ) e representantes do ANDES-SN, FASUBRA, Oposição de Esquerda da UNE e Anel. O local da atividade será o Cine Arte UFF. Às 19h, o dia de mobilização será encerrado com um "arraiá da greve".


A atividade foi pensada para o período da tarde para possibilitar a participação de estudantes, professores e técnico-administrativos da UFF fora de sede. A ideia é que os comandos locais de greve no interior se organizem para participar do dia 1° de julho em Niterói. Como acontece nas assembleias da categoria, professores de fora da sede podem solicitar o reembolso da passagem para o deslocamento, mediante a apresentação dos comprovantes. Entretanto, o Comando Local de Greve (CLG) sugere que os docentes priorizem o fretamento de ônibus e vans, que podem ser organizadas com estudantes e técnico-administrativos. O CLG também irá disponibilizar espaço recreativo na sede da Aduff-SSind para que professores com filhos pequenos possam participar das atividades.


Até agora, reitor da UFF recusa diálogo


Desde que a greve foi deflagrada, em 28 de maio, o reitor da UFF, Sidney Mello, se nega a dialogar com o movimento grevista.  E as estruturas superiores da universidade seguem seu exemplo.  Vale ressaltar que as duas últimas reuniões do Conselho Universitário - no dia 27 de maio, véspera da greve, e, novamente, no dia 24 de junho - foram suspensas por falta de quórum. O reitor da UFF também judicializou questões internas da universidade, impetrando interditos proibitórios contra o Sintuff e chamando a Polícia Federal contra piquetes, tratando os movimentos organizados pela via repressiva. Sidney ainda disseminou informações falsas para ausentar-se de acordos já estabelecidos. Após ter assinado um compromisso com os estudantes, em 29 de maio, comprometendo-se, entre outras coisas, a realizar reuniões de negociação com os comandos de greve dos três segmentos e com os trabalhadores terceirizados, ele e seu comitê gestor cancelaram as reuniões agendadas, apresentando como justificativa a informação falsa de que a reitoria havia sido ocupada pelos estudantes.

Proposta do governo ignora perdas e fica abaixo da inflação prevista

Planejamento apresentou contraproposta salarial aos servidores em reunião realizada na quinta (25) bem distante dos 27% reivindicados

A proposta de reposição salarial apresentada pelo Ministério do Planejamento às entidades nacionais do funcionalismo federal fixa percentuais de reajuste para os próximos quatro anos, em percentuais incapazes de cobrir a provável inflação para o período compreendido entre 2015 e 2019. A primeira parcela, em janeiro de 2016, ficaria em 5,5%, bem abaixo da previsão da inflação para 2015, que já ronda os 9%. 

O Planejamento apresentou a contraproposta aos servidores, numa reunião na quinta-feira (25), data de protestos nacionais do funcionalismo, como sendo os valores disponíveis para expansão da folha de pagamento, totalizando um ‘reajuste de 21,3%’, parcelado em quatro anos. Na prática, porém, é uma manobra para inflar o índice, quando na verdade o que se tenta fazer é fixar previamente o percentual anual de reposição até 2019. 

Os valores propostos pelo governo Dilma (PT) são os seguintes: 5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019, sempre no mês de janeiro. Assim como em 2012, a aplicação não seria linear, mas sobre o montante da folha de pagamento e daí se estabeleceria quais os recursos disponíveis para a reposição salarial. Aos servidores, o secretário das Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que estão sendo consideradas as projeções de inflação e de crescimento do PIB no período, mantendo-se, segundo ele, a folha de pagamento em 4,13% em relação ao Produto Interno Bruto.

Inflação corrói salários

A proposta foi mal recebida e muito questionada pelos servidores. Houve críticas à tentativa do governo de ‘amarrar’ a categoria ao longo de quatro anos, em meio a uma crise que pode levar a índices inflacionários bem superiores aos previstos. O ‘sequestro’ da inflação de 2015, que deve ‘consumir' quase a metade dos 21,3%, também foi contestado. 

Setores do funcionalismo – como da seguridade social e escolas federais – preparam o início de greve por tempo indeterminado para julho. Já estão parados os professores e técnico-administrativos das instituições federais de ensino e os trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União.

O presidente do Sindicato Nacional (Andes-SN), Paulo Rizzo, disse durante a reunião que a reivindicação é 27% de uma só vez e que os servidores querem discutir todos os pontos da pauta, não se limitando à questão salarial. De acordo com ele, todos os representantes das entidades presentes rechaçaram a proposta apresentada pelo ministério.

Andes-SN participou

Após a negociação, Paulo Rizzo criticou os termos propostos pelo governo. “Como vamos nos comprometer com um acordo que estabelece quatro anos de reajuste sem saber qual será a inflação dos próximos anos? Nossa posição é que os acordos salariais devem ter apenas um ano de duração. Queremos que o governo reavalie a proposta, e também que debata os demais pontos da pauta de reivindicações dos servidores públicos federais”, disse. 

O dirigente do Andes-SN defendeu mais mobilização. “Agora é aumentar nossa pressão, com crescimento da greve. E trabalhar para que enchamos de gente a Esplanada dos Ministérios no dia 7 de julho, que também é dia da Caravana Nacional da Educação Federal”, defendeu. Por sugestão dos servidores, nova reunião foi marcada para o dia 7 de julho, quando as entidades sindicais devem levar uma resposta ao governo em relação ao que foi apresentado e buscar discutir os demais pontos da pauta.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
com dados do Andes-SN

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Assembleia mantém greve dos professores na UFF

Docentes avaliaram que a greve cresce no país e é preciso fortalecê-la;  participação no ato na Reitoria no dia 1º de julho é destacada


Enquanto representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG estavam reunidos, em Brasília, com as representações nacionais dos servidores públicos federais para apresentar uma contraproposta ao índice de 27,3% de reposição salarial reivindicada pela categoria, docentes da UFF aprovaram em assembleia, na tarde dessa quinta-feira (25), a continuidade e o fortalecimento do movimento paredista por 192 votos favoráveis e 15 contrários. Não houve abstenções. O livro de presenças foi assinado por 218 professores.

Eles também deliberaram pela mobilização de toda a categoria para que participe de ato unificado na reitoria, convocado pelos três segmentos da universidade para pressionar a administração central a atender a pauta interna de reivindicações, que acontece no próximo dia 1º de julho, a partir das 14h. Exigem que a reitoria receba os movimentos em greve. E reafirmaram a pauta de reivindicações nacionais, já protocolada pelo Andes-SN no Executivo, refutando a resposta do governo em relação às demandas docentes, apresentada em reunião entre a SESu/MEC e os representantes do Sindicato Nacional, ocorrida no dia 23 de junho.    

Outras decisões aprovadas: aprofundar o debate político sobre a economia internacional e suas influências nas ações do governo brasileiro no tocante à Educação; realizar campanha midiática, condicionada à avaliação quanto à viabilidade financeira, para denunciar a política do governo federal em relação à Educação; e encaminhar ao Comando Nacional de Greve a proposta de discutir uma data para a greve geral, um dia único de paralisação de todas as categorias.

Reunião com o MEC: governo sem compromisso com universidade pública

A assembleia aconteceu dois dias após a reunião entre a Secretaria Executiva do Ministério da Educação - SESu/MEC e os representantes do Comando Nacional de Greve - CNG, em Brasília. Entre eles estava a professora Luciana Collier (Educação Física – Coluni) que, por indicação do Comando Local de Greve dos Docentes da UFF, foi enviada à capital federal para participar do CNG por um período. A avaliação dessa audiência com o MEC era ponto de pauta da assembleia. 

De acordo com o entendimento do CNG (Comunicado nº17, distribuído aos presentes), a posição da SESu/MEC “expressa de fato o aprofundamento da contrarreforma universitária como respostas às medidas de ajuste”. Exemplos são o desejo manifesto pelos representantes do governo de tornar constitucional o fim da gratuidade para os cursos de aperfeiçoamento e especialização, como proposto na PEC 395/2004; e a defesa do PL 2177/2001, que consolida as Parcerias Público-Privadas na área de Ciência e Tecnologia, possibilitando a privatização no âmbito das instituições públicas.

A política de austeridade fiscal também foi tratada pela SESu/MEC como “realidade inexorável”, confirmando os cortes no orçamento das IES na ordem de 10% nas verbas de custeio e 47% nas de capital – o que acirrará, consequentemente, o cenário de crise financeira e de precarização das condições de trabalho nas universidades.

Em relação às demandas pela reestruturação da carreira docente, o governo sinalizou apenas com a possibilidade de criação de um Grupo de Trabalho, sem prazo definido, para dialogar sobre o tema. O assunto não é considerado prioritário para o MEC porque, para eles, as alterações decorrentes da Lei 12772/2012 já seriam essa reestruturação. Para o CNG, a referida legislação representa um retrocesso, aprofundando as distorções entre classes e níveis, e não apresentando qualquer perspectiva futura após o término da vigência das tabelas em 2015.

Além disso, a SESu/MEC ainda afirmou que quaisquer discussões sobre a pauta salarial serão tratadas em conjunto com o Planejamento, apenas após o anúncio da disponibilidade orçamentária para o período. “O MEC diz que os cortes são irreversíveis, mas o que vemos é que eles são seletivos para a Educação. O que está em questão é a disputa por um projeto para a Universidade. Não existe dinheiro para a educação pública, porque o projeto do governo é privatista”, disse Nina Tedesco, professora do curso de Cinema, citando alguns dados que comprovavam o maciço investimento do governo no Fies - Fundo de Financiamento Estudantil. “Sozinho, ele abarca cerca de 15% de toda a despesa federal em Educação. Entre 2010 e 2014, o governo destinou mais de R$30 bilhões para a iniciativa privada. E  no primeiro trimestre desse ano, a maior empresa privada de ensino, a Kroton, lucrou mais de R$ 450 milhões”, informou. 

Greve se amplia: 39 seções sindicais paradas

“Começamos a greve com apenas 18 seções sindicais aderindo ao movimento. Pouco antes de completarmos um mês, somos mais do que o dobro: 39 seções sindicais”, disse Marinalva Oliveira, 1ª vice-presidente do Andes-SN. Para ela, as reuniões entre o Sindicato Nacional e a SESu/MEC e entre o fórum dos servidores públicos federais e o MPOG são resultado da expressividade do movimento paredista, que tem crescido a cada semana. De acordo com Marinalva, a ausência de propostas/ respostas concretas do governo ao Andes-SN (até o momento da assembleia não havia resultado da reunião com o MPOG) indica a necessidade de fortalecer a greve.

O sentimento foi compartilhado por outros docentes que fizeram uso da palavra. Uma delas foi Eblin Farage, professora do Curso de Serviço Social (Niterói), que acredita que a greve tem crescido. Para ela, os problemas enfrentados pelos profissionais da Educação estão fortemente relacionados ao projeto de reforma do Estado que se inicia na década de 1990, capitaneado pelo governo Fernando Henrique Cardoso e levado adiante pelas gestões do PT, seja com Lula da Silva ou Dilma Rousseff. A política empreendida por eles sinaliza com uma perspectiva privatista da Educação. Não à toa, como indiciou a professora, o governo já acenou com a possibilidade de contratação de docentes via Organizações Sociais – OS, forma de trabalho precarizada, que não conta com a proteção do Regime Jurídico Único – RJU. “Tal medida nos atinge diretamente, inclusive em relação à nossa capacidade de mobilização. Se a contratação por OS se tornar uma realidade, quem terá medo de se reunir para exigir melhores condições de trabalho, daqui a alguns anos, seremos nós, os professores”, avaliou.

Moções

A assembleia docente aprovou moção de apoio aos trabalhadores terceirizados do estaleiro Mauá, demitidos essa semana; moção de repúdio a não abertura de negociação da reitoria com os três segmentos em greve; e moção de repúdio à falta de democracia no Conselho Universitário da UFF. Aprovou mais uma vez apoio à luta dos trabalhadores terceirizados na instituição.

Nova assembleia ocorre no próximo dia 2 de julho, às 15h, em local que será posteriormente divulgado.

DA REDAÇÃO DA ADUFF-SSIND


Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco

quarta-feira, 24 de junho de 2015

CEP reabre prazo para trancar disciplinas, mas se recusa a debater suspensão de calendário



DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Zulmair Rocha

“Garantir aos estudantes, após o término da greve, o direito à reabertura do período de trancamento de matrícula e cancelamento de disciplinas do semestre letivo 2005.1”. Esta foi a resolução aprovada por unanimidade, durante a ligeira reunião extraordinária do Conselho de Ensino e Pesquisa – CEP, presidida pelo vice-reitor da UFF, Antônio Claudio Lucas da Nóbrega, na tarde de hoje (24). Em menos de dez minutos, foi votada a proposta apresentada pelo Diretório Central dos Estudantes – DCE, com base na decisão do CEP de 1º de junho, que deliberou pela manutenção do calendário acadêmico.

Integrantes do Comando Local de Greve dos Docentes da UFF – CLG participaram da reunião, sendo representados por Kátia Maria (Química), Carlos Eduardo R de Souza (Física), Nazira Camely (Economia) e Juarez Duayer (Arquitetura). Esse último, que também é diretor da Aduff-SSind, antes que a reunião do CEP começasse, fez um apelo aos conselheiros para que avaliassem a possibilidade suspender o calendário acadêmico durante a greve da categoria, em curso desde o último dia 28 de maio. De acordo com Juarez, a medida protegeria os discentes, garantindo que pudessem exercer o direito de greve.

“O Comitê de Ética do CLG tem recebido várias reclamações de assédio promovido por diferentes colegas que estão dando aula. Nossas reivindicações são por melhores condições de trabalho e contra a política de ajuste fiscal, promovida por um governo que corta quase R$10 bilhões da educação enquanto diz sermos a ‘pátria educadora’. Há várias notas de pró-reitores e colegas diretores que expressam o clima de instabilidade em relação ao funcionamento da universidade”, disse o professor.                                                                                                                

O Conselho, no entanto, parecia já estar firme em relação ao tema que sequer foi problematizado nessa reunião. De acordo com o vice-reitor, a convocação do CEP extraordinário era, naturalmente, um indicador da sensibilidade dos conselheiros em relação ao assunto. “Entendemos a necessidade de que existam instrumentos que possam proteger esses estudantes de problemas. Quem desejar, poderá cancelar a matrícula e não sofrerá sanção por participar da greve. A Superintendência de Tecnologia da Informação informa que será operacionalmente possível realizar o cancelamento das disciplinas”, disse o representante da administração central.

Subserviência dos conselhos superiores

A decisão aprovada no CEP implica, na prática, que o aluno grevista será penalizado e perderá o semestre. “Os alunos que estão fazendo greve não terão alternativa a não ser trancar a matrícula”, avalia Juarez. Para o docente, a reunião extraordinária do CEP nada mais foi do que “um rito sumário”.

Ele também criticou a ausência de quórum na reunião do Conselho Universitário - CUV que aconteceria na manhã dessa terça-feira, no auditório da Geociências. Os três segmentos do movimento grevista realizariam um ato no local para exigir um posicionamento da administração em relação às condições de trabalho na universidade, apresentando outros pontos da pauta de reivindicações da comunidade.

“A impressão é a de que não tem greve na UFF. Acontece esse esvaziamento do CUV no momento em que você tem mais de 30 universidades federais em greve, no dia posterior ao Ministério da Educação ter recebido o Andes-Sindicato Nacional para conversar. Além disso, temos outros problemas graves a tratar, como a crise financeira na universidade, já admitida publicamente pela reitoria; o caso dos trabalhadores terceirizados – 25% deles serão demitidos; e a precariedade das nossas condições na UFF. Estamos em greve para defender a universidade pública”, diz Juarez.

Divergência de propostas

Camila Leite, estudante do 8º período de Ciências Sociais, afirma que a proposta aprovada diverge de deliberação da assembleia discente realizada no dia anterior, quando se defendia a importância de reivindicar a suspensão do calendário acadêmico. Acompanhada de outros estudantes, ela revelou terem sido impedidos de entrar no prédio em que acontecia a reunião do CEP.

“O DCE ontem (23) apresentou uma proposta dizendo que os estudantes poderiam trancar a matrícula depois da greve. Tivemos acordo porque não estava claro que não haveria a defesa de cancelamento do calendário acadêmico”, argumentou. 

Respostas do MEC não dialogam com a pauta dos docentes em greve


Fonte: ANDES-SN

Após espera de quase uma hora, diretores do ANDES-SN e representantes do Comando Nacional de Greve dos docentes federais foram recebidos nesta terça-feira (23) pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) para a primeira reunião com representantes do governo, desde o início da greve, em 28 de maio.

Contrariando a expectativa dos professores, de que seria iniciado um processo de negociação efetiva com base na pauta de reivindicações apresentada pelo movimento, as respostas apresentadas pela Sesu/MEC, à carta entregue pelo ANDES-SN no dia 22 de maio não sinalizam nenhuma abertura efetiva de negociação frente à pauta apresentada pelos docentes.