quarta-feira, 30 de setembro de 2015

CLG vai ao CUV comunicar encerramento da greve docente na UFF


Durante reunião, Conselho manifesta repúdio ao atropelamento de manifestantes em ato realizado na reitoria

Na manhã desta quarta-feira (30), integrantes do Comando Local de Greve docente da UFF estiveram presentes no Conselho Universitário da instituição para comunicar o resultado da assembleia geral realizada no dia anterior, quando a categoria decidiu pelo encerramento da greve dos professores com reposição integral das aulas (clique aqui e saiba mais) . A reunião do CUV foi presidida pelo vice-reitor Antônio Cláudio Nóbrega, já que o reitor Sidney Mello mais uma vez se ausentou do espaço.  

“Os motivos pelos quais saímos da greve não dizem respeito à resolução dos problemas apontados pelo movimento. Pelo contrário, eles permanecem e se intensificaram no último período com anúncio de novos cortes no orçamento da educação. Para citar um único exemplo, a política anunciada pelo governo de suspensão dos concursos públicos no próximo período ao mesmo tempo em que apresenta o fim do abono permanência - essa medida empurra vários técnicos-administrativos e docentes para aposentadoria ao mesmo tempo em que suspende os concursos, agravando ainda mais a situação já precária de déficit de docentes e técnicos na universidade.  Embora a proposta de reajuste seja insuficiente,  também é verdade que esse reajuste foi arrancado do governo através da nossa mobilização; antes do início da greve  o horizonte era de congelamento dos vencimentos e reajuste zero. No entanto, a reversão do ajuste fiscal só pode ser realizada com uma greve mais ampla que vá além dos servidores públicos federais  envolva todos os trabalhadores”, destacou Gustavo Gomes, integrante do CLG-UFF e diretor da Aduff-SSind.

Gustavo ressaltou ainda que a decisão de encerramento da greve partiu apenas dos docentes. “Temos que respeitar os estudantes e técnicos-administrativos que possuem fóruns autônomos, inclusive na hora de definir o calendário acadêmico e a reposição das aulas”, finalizou.

CUV repudia atropelamento de manifestantes em ato na reitoria
Na reunião do Conselho Universitário, o estudante Felipe Bilanger, representante estudantil no CUV, leu uma carta problematizando a nota elaborada pela reitoria e publicada no site da instituição no dia 4 de setembro, com o título “UFF rompe negociações com o movimento grevista após invasão da Reitoria”.  A carta refere-se a uma manifestação ocorrida um dia antes, realizada pelo comando unificado de greve em conjunto com movimentos sociais e sociedade civil. Nesta manifestação, três pessoas foram atropeladas por um carro de marca Mercedez Benz, que não parou para prestar socorro aos feridos. Entretanto, de acordo com o estudante, a nota da reitoria culpabiliza as vítimas pelo atropelamento além de chamar integrantes o MTST e da sociedade civil que participavam do ato de "corpo estranho à universidade".

Diante da carta lida pelo estudante, o CUV votou e aprovou por maioria as seguintes deliberações: repudiar a ação criminosa do motorista que efetuou os atropelamentos, publicar a carta lida pelo estudante e conselheiro do CUV Felipe Bilanger no site da universidade; saudar o exercício democrático de livre manifestação e prestar completa solidariedade aos que se acidentaram no ato e, por fim, reconhecer o MTST como um movimento social legítimo.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Assembleia decide encerrar a greve docente na UFF no dia 5


Maioria dos professores referendou proposta do Comando Local de Greve; mobilização continua e nova assembleia acontece no dia 6

A paralisação na Universidade Federal Fluminense (UFF) chega ao fim na próxima segunda (5), após quatro meses de greve dos professores na instituição. A decisão foi fruto de assembleia geral da categoria, realizada nesta terça-feira (29), que contou com a participação de 576 professores, uma das maiores da história do sindicato. A proposta foi encaminhada pelo Comando Local de Greve, que defendeu encerrar a paralisação na UFF no dia 5 de outubro, com reposição das aulas.

Carta do CLG entregue aos professores observa que o término do movimento grevista não significa suspender a mobilização. Avalia que a greve cumpriu um importante papel de combater o ‘ajuste fiscal’, que retira recursos das universidades, e de denunciar os graves problemas nas condições de trabalho nos campi de Niterói e de fora da sede. Além de pressionar o Ministério do Planejamento nas negociações salariais, que, se não obteve avanços significativos, ao menos fez o governo recuar na sua política de reajuste zero. Também critica a postura do governo de se recusar a efetivamente negociar a pauta de reivindicações específicas e o reitor da UFF por não receber os comandos de greve.

O documento que avaliava a necessidade de encerrar a paralisação também mencionava a importância do movimento nesses quatro meses. “Na UFF, a greve tem nos possibilitado um momento único de reunião de centenas de professores em assembleias gerais, realização de muitas atividades de greve em todos os espaços da universidade e articulação de professores das diversas unidades e diversos campi – conhecendo e combatendo melhor os graves problemas pelos quais já passavam diversos desses espaços, em função da forma precarizada como se deu a expansão e que foram agravados pelos cortes recentes de verbas orçamentárias”, diz trecho da carta.
    
Os debates explicitaram algumas divergências em relação ao fim do movimento na UFF. Houve quem apontasse a necessidade de manutenção na greve por mais uma semana, defendendo esse instrumento de pressão sobre o governo, que se reunirá com o Andes-SN, no dia 5. O ministro Renato Janine, da Educação, só aceitou receber o Sindicato Nacional na próxima semana após o Comando Nacional de Greve ocupar o prédio do ministério por cinco horas, no último dia 24 de setembro.

Outros professores criticaram a greve e defenderam o retorno imediato às atividades. Entretanto, a proposta vitoriosa foi encaminhada pelo Comando Local de Greve, que defendeu encerrar a paralisação docente na UFF no dia 5 de outubro.
Duas votações sobre a greve foram procedidas. A primeira considerou a manutenção ou a saída da greve, contando com 464 votos pelo encerramento da paralisação, 94 pela permanência, e nove abstenções. A segunda determinou o momento de retorno às aulas: 271 professores aprovaram a retomada das atividades acadêmicas no próximo dia 5; enquanto 208 defenderam a volta imediata às atividades.

Outros encaminhamentos aprovados:

1) Indicar ao Comando Nacional de Greve a saída unificada de greve na semana de 05 a 09 de outubro;
2) Transformar o Comando Local de Greve em Comando Local de Mobilização;
3) Manter a Assembleia Geral Permanente;
4) Realizar ato na tarde do dia 5 de outubro, às 15h, na Praça Arariboia, convidando representações de todas as entidades e movimentos que participaram das mobilizações conosco;
5) Indicar ao Comando Local de Greve a elaboração de uma proposta de calendário de reposição ao CEP que garanta aos estudantes o direito à reposição integral das aulas interrompidas (na graduação e na pós-graduação) pela greve e leve em conta as especificidades do Coluni e das diferentes situações dos campi fora da sede;
6) Intensificar a pressão junto aos deputados federais e senadores, nos estados e no Congresso Nacional, pela rejeição da PEC 395/2014 (autoriza cobranças de mensalidades na pós-graduação);
7) Construir ações unificadas de luta com o conjunto dos SPF contra a PEC 139/2015 (fim do abono permanência) e a suspensão dos concursos públicos, inclusive sob a forma de pressão junto aos deputados federais e senadores;

8) Nova Assembleia Geral dia 06 de outubro. Local e horário serão posteriormente definidos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Assembleia geral é na terça, 29


Assembleia Geral dos Docentes da UFF acontece nessa terça, dia 29/9, às 15h, na Quadra da Educação Física/ Campus do Gragoatá.
Em pauta: 1) Informes; 2) Avaliação da Greve; 3) Outros assuntos

Informações importantes:

1) CRECHE: Docentes interessados em deixar os filhos em espaço de recreação na sede da Aduff-SSind devem encaminhar e-mail para aduff@aduff.org.br, informando a idade da criança.

2) IDENTIFICAÇÃO: Podem participar da assembleia professores sindicalizados ou não, munidos de documento que comprove docência na universidade.

3) CREDENCIAMENTO: O livro de assinaturas será aberto uma hora antes do início da assembleia.

4) REEMBOLSO: Professores das unidades fora da sede podem solicitar o reembolso da passagem para o deslocamento, mediante a apresentação dos comprovantes

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Cine Debate exibirá "A Educação Proibida" na próxima quarta (30)

Mais uma atividade da greve está programada para a próxima quarta-feira (30). O Cine Debate da greve da UFF exibirá "A Educação Proibida", às 18h, na Praça da Cantareira. 

Dividido em duas partes, o documentário dirigido por Germán Doin, foi produzido em 2012 e questiona a escolarização moderna e como se entende a educação hoje. Documentário foi realizado por jovens de oito países diferentes e entrevista mais de 90 educadores. 

Objetivo do filme é mostrar diferentes experiências não tradicionais, tentando pensar um novo modelo educativo e refletindo sobre as bases que sustentam a escola, almejando o desenvolvimento de uma educação mais igualitária e libertária.

Após a projeção, os presentes iniciarão roda de discussão sobre o tema.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Cine Debate exibe "Da Servidão Moderna" na Cantareira

No dia 16 de setembro, docentes e estudantes da UFF se reuniram na Praça da Cantareira para assistir e discutir o documentário "Da Servidão Moderna", de Jean-François Brient. 

Lançado em 2009, o documentário independente discute as formas de alienação do consumo e do trabalho, baseando-se nos conceitos apresentados nas obras de Karl Marx, Guy Debord, Etienne de La Boétie e Diógenes de Sinope.

O Cine Debate é atividade da greve dos docentes da UFF que busca manter discussões entre docentes e estudantes, intensificando o debate político durante a greve.



DA REDAÇÃO DA UFF
Fotos: Cine Debate exibe "Da Servidão Moderna" na Cantareira; Créditos: Luiz Fernando Nabuco

Docentes federais conquistam reunião com ministro da educação e MPOG


Janine finalmente se comprometeu em receber os docentes em greve no dia 5 de outubro

Após uma quinta-feira (24) recheado de manifestações em Brasília (DF), os docentes federais conquistaram, na base da pressão política, duas importantes reuniões de negociação sobre a pauta de reivindicações da greve, que já dura quase quatro meses. Pela manhã, após manifestação em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), a Secretaria de Relações de Trabalho (SRT-MPOG) se comprometeu a reunir com os grevistas. Pela tarde, após ocupação do gabinete do ministro da educação, Janine Ribeiro finalmente se comprometeu em receber os docentes federais em greve no dia 5 de outubro.

As manifestações, que contaram com a presença de docentes em greve de diversas universidades do país e com o apoio de estudantes, começaram logo cedo. Às 10h os manifestantes se reuniram na frente do MPOG, onde exigiram resposta à pauta de reivindicações apresentada no dia 18, e também a marcação de uma reunião previamente acordada com o ministério, mas que desde então não teve confirmação. Sem quaisquer respostas do MPOG desde 31 de agosto, os docentes pressionaram por algumas horas até que Sérgio Mendonça, da SRT-MPOG, se comprometesse a recebê-los na próxima semana, por meio de ofício enviado ao ANDES-SN.  

Em seguida, os manifestantes se dirigiram ao Ministério da Educação (MEC). Um grupo de 16 docentes do Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN ocupou o gabinete do ministro Janine Ribeiro por volta das 13h como forma de pressioná-lo a receber a categoria – Janine é o primeiro ministro da educação que não recebeu o Sindicato Nacional em décadas. Os demais manifestantes se concentraram na porta do ministério, onde foram reprimidos pela Polícia Militar com gás de pimenta e cassetetes. O MEC enviou, então, representantes para negociar a desocupação e se dispôs a realizar uma reunião, na mesma hora, entre os manifestantes e a Secretaria de Ensino Superior (Sesu-MEC).

"A ocupação foi muito positiva porque arrancamos uma reunião com o ministro da Educação, algo que nenhuma outra entidade conseguiu até agora. Ao mesmo tempo, não temos garantia que Janine vá mesmo nos receber, embora a reunião esteja agenda. É importante destacar a postura intransigente do MEC, que nos pediu para desocupar o gabinete sem determinar uma data para a reunião. Dissemos que só sairíamos de lá com uma data marcada e eles marcaram dia 5 de outubro. Pleiteamos que a data fosse adiantada e eles argumentaram que não havia agenda para semana que vem. Ainda faltam dez dias para a reunião, então tudo pode acontecer. No final, foi legal de ver a confiança dos professores no Comando Nacional de Greve e a disposição da base da categoria para a luta. Ninguém sabia direito o que iria acontecer, embora todos esperassem uma ação mais contundente do CNG. Conseguir realizar a atividade com sucesso e ter o apoio dos professores durante todo o tempo foi gratificante", avalia a professora do Coluni-UFF, Kate Lane Paiva, que participou da ocupação de ontem. 

Reunião com Sesu-MEC
Quem participou da reunião foi Jesualdo Farias, secretário da Sesu-MEC. Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, apresentou os novos elementos de negociação dos docentes federais em greve – protocolados no próprio MEC na semana anterior. Rizzo também questionou Jesualdo sobre como as universidades federais serão afetadas pelas novas medidas de ajuste apresentadas recentemente pelo governo federal, entre as quais a suspensão de concursos públicos e o fim do abono-permanência.

O secretário respondeu que não tem como se posicionar sobre os elementos de negociação que incorrem em questões financeiras, pois isso é de atribuição do MPOG, e se esquivou do debate dessas pautas. Em relação aos concursos públicos, afirmou que imagina que os concursos já aprovados serão realizados, mas que isso ainda depende de reuniões com o ministro da educação e com Luiz Cláudio Costa, secretário-executivo do MEC. Jesualdo disse que as medidas de ajuste e arrocho são gerais a todo o serviço público, mas que não tem certeza de como elas afetarão as universidades.

Os representantes estudantis que participavam da reunião questionaram, então, o secretário sobre os cortes orçamentários que sofreu a educação pública, enquanto o governo federal segue investindo dinheiro público em educação privada. Criticaram o fato de que muitos campi de universidades federais foram abertos sem quaisquer condições de permanência estudantil, e exigiram que só fossem abertos novos campi com moradia estudantil e restaurante universitário. Por fim, reivindicaram que o governo federal invista R$ 3 bilhões no Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

Jesualdo respondeu que o MEC tem retido todos os pedidos de criação de novos campi que não apresentam o mínimo de estrutura para assistência estudantil, mas que as universidades podem, com sua autonomia, construí-los por outros meios. Ressaltou ainda que o MEC tem trabalhado cotidianamente para conseguir recursos adicionais mas, valendo-se da crise econômica, seria impossível a reversão dos cortes.
Olgaíses Maués, 2ª vice-presidente da Regional Norte II do ANDES-SN, cobrou a presença do ministro Janine Ribeiro nas negociações com os docentes federais, lembrando que ele é o único ministro da educação que nunca recebeu o Sindicato Nacional ou os docentes grevistas, e que seria uma sinalização importante de respeito à categoria caso ele aceitasse marcar uma reunião.

O secretário da Sesu-MEC respondeu que tentaria marcar a reunião com o ministro, desde que os docentes desocupassem o gabinete do ministro. A resposta dos docentes foi que não havia confiança no ministério a ponto de desocupar antes de que a reunião fosse marcada, e que a ação radicalizada era necessária, visto que a greve já dura quase quatro meses e as negociações praticamente não avançaram – mesmo com os esforços dos grevistas em apresentar novos elementos para negociação.

Ocupação do gabinete de Janine
A reunião terminou, assim, em um impasse. Os docentes se negaram a desocupar o gabinete enquanto uma reunião com Janine não fosse marcada. Algumas horas depois, com intermediação de uma deputada federal, Luiz Cláudio Costa, secretário-executivo do MEC, se comprometeu a marcar uma reunião entre os docentes federais, estudantes e Janine Ribeiro para o dia 5 de outubro. A proposta foi aceita com a ressalva de que seria importante que a reunião acontecesse já na próxima semana, dada a gravidade da situação da educação pública federal.

Após quase cinco horas, os docentes desocuparam o gabinete do ministro. Giovanni Frizzo, 1º vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul, ressaltou que a ocupação foi vitoriosa, pois a intenção da ação era justamente conseguir com que o ministro recebesse o CNG do ANDES-SN. Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, afirmou que as manifestações foram vitoriosas, já que conseguiram fazer com que MPOG e MEC marcassem novas reuniões.
“Não tínhamos resposta do MPOG desde 31 de agosto, e do MEC desde 3 de setembro. Queremos negociar, e, inclusive, apresentamos novos elementos para negociação. Mas foi apenas com muita mobilização que conquistamos essas duas reuniões”, disse o presidente do ANDES-SN.

Confira aqui os novos elementos de negociação, protocolados pelo CNG do ANDES-SN no MEC e no MPOG dia 24 de setembro

Fonte: ANDES-SN com edição de Aduff-SSind


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Declaração oficial dos docentes em ocupação do gabinete do Ministro da Educação

Professores federais em greve ocuparam, na tarde dessa quinta (24) o gabinete do Ministério da Educação, em Brasília, para exigir audiência com o ministro Renato Janine. Desde o início da greve, deflagrada no dia 28 de maio, os professores reivindicam sem sucesso um encontro com o ministro da Educação. Negocia, Janine!
Leia, abaixo, a "Declaração oficial dos docentes em ocupação do gabinete do Ministro da Educação".


Declaração oficial dos docentes em ocupação do gabinete do Ministro da Educação

“Depois de mais de 115 dias da greve da educação federal 16 docentes ocuparam o gabinete do Ministro da Educação, exigindo que o mesmo receba o Comando Nacional de Greve e acabe com o impasse das negociações. Nesse sentido, após debate intenso, deliberamos pela manutenção da ocupação até que o ministro Janine Ribeiro receba o CNG ANDES. Reiteramos que esta ocupação é de inteira responsabilidade do MEC que mantém sua intransigência em não negociar com os docentes em greve”.

Brasília, 24 de setembro de 2015.

Docentes das IFE realizam ato em frente ao MPOG nesta quinta-feira (24)


Professores reivindicam que o Ministro de Planejamento Sérgio Mendonça receba o CNG/ANDES-SN

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Os docentes das instituições federais de ensino permanecem mobilizados em Brasília nesta quinta-feira (24) para pressionar o governo a receber o Comando Nacional de Greve dos docentes e os representantes do ANDES-SN, sindicato nacional da categoria. Neste momento, os professores realizam ato em frente ao prédio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e bloqueiam a principal entrada do edifício. Eles reivindicam reunião com o ministro Sérgio Mendonça para apresentar e debater a contraproposta de negociação elaborada pelo Comando Nacional de Greve dos docentes (leia abaixo). 27 professores do Comando Local de Greve da UFF (CLG-UFF) estão presentes na manifestação. A participação nos atos de hoje foi aprovada em reunião do comando.

O dia de ontem (23) também foi marcado por protestos dos servidores públicos federais e dos movimentos sociais – em Brasília e nos estados - contra o novo pacote de cortes do governo federal, anunciado como parte do ‘ajuste fiscal’. No início do dia, integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) chegaram a ocupar o saguão do prédio do Ministério da Fazenda, na capital federal, mas logo depois foram expulsos por grande aparato policial, que utilizou gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar os manifestantes. A polícia militar cercou o prédio, mas os servidores públicos federais e o MTST continuaram em frente ao Ministério da Fazenda, em ato. Além do ato nacional, em Brasília, o MTST também promoveu um dia de ocupação das sedes do Ministério da Fazenda nos estados. Estão ocupadas as representações do Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.

Confira a contraproposta do Comando Nacional de Greve que aponta novas estratégias para essa fase de negociação com o governo. Vale ressaltar que o documento foi aprovado na íntegra pelos docentes da UFF reunidos em assembleia geral da categoria no dia 17 de setembro.

NOVOS ELEMENTOS PARA DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO DA PAUTA DA GREVE DOS DOCENTES FEDERAIS
“1- Defesa do caráter público da universidade:
1.1- Exigir do Ministro da Educação que assine compromisso de não adoção nas IFE da forma mercantil de gerenciamento e contratação, através das OS ou formas equivalentes;
1.2- Reversão dos cortes no orçamento, com a garantia dos valores previstos na Lei Orçamentária de 2015 e as suplementações necessárias para garantir a manutenção e investimentos já previstos, levando em conta as demandas pela qualidade do trabalho e estudo, incluindo a assistência e permanência estudantil;
2– Condições de trabalho:
2.1- Concursos: Exigir que o MPOG libere e o MEC apresente cronograma de concurso para as novas vagas, já aprovadas em lei: 4.090 para docentes; 150 para o cargo de titular livre e 5091 de STA;
2.2- Obras:Compromisso com cronograma de finalização das obras em andamento e o compromisso de liberação de verbas para novas obras e equipamentos necessários diante da expansão já realizada e projetada pelas IFE;
3- Garantia de autonomia:
Revogação da Lei 9192/95 e o parágrafo único do artigo 56 da Lei 9394/96 (LDB) que ferem os preceitos constitucionais da democracia e da autonomia (escolha dos dirigentes e composição dos conselhos superiores respectivamente);
4- Reestruturação da carreira e Valorização salarial:
Questão 1: Condicionar a possibilidade de acordo financeiro com vigência para 2016 e 2017 à aceitação, pelo governo, de promover reestruturação inicial da malha salarial dos docentes com parâmetros definidos em termo de acordo e fixados em lei, tendo como referência o índice de 19,7% já aprovado pelas assembleias, a partir do piso no valor de R$ 2.018,77.
Justificativa: O objetivo é buscar a superação dos achatamentos vertical e horizontal atuais (diferenças salariais entre os vencimentos básicos (VB) no maior nível e na maior titulação).
Questão 2: Na atual negociação manter o piso de R$ 2.018,77 para possibilitar avanços na reestruturação da tabela de VB com degraus na sua evolução vertical e na relação entre regimes de trabalho.
Justificativa: Priorizar, no atual processo de negociação, os aspectos estruturantes básicos e a definição de GT que atenda aos aspectos conceituais, que também precisam ser negociados já. A referência básica do CNG para isso deve ser o acordo firmado com o Secretário da SESU em abril de 2014, pois neste GT precisa haver espaço para tratar de questões tais como: carreira única do magistério federal, um único cargo, uma linha só no contracheque, com incorporação da RT, fim de classes e existência apenas de níveis com degraus constantes entre eles, possibilidade de todos os professores se desenvolverem até o último nível da carreira dentro da faixa salarial correspondente à sua titulação, entre outras questões. Isso significa que, na negociação atual da malha salarial, estaremos trabalhando, ainda, com a existência das duas carreiras, com classes e níveis e com VB e RT. Destas considerações emanam as próximas questões.
Questão 3: Considerando-se que ainda e existem classes e níveis, negociar degraus, que venham a constar em  acordo e em lei, buscando elevar a relação entre piso e teto para cada regime de trabalho. Admite-se um momento de transição, no qual pode haver diferença entre os degraus em algumas classes e entre alguns níveis, para reduzir o achatamento vertical.
Justificativa: na carreira atual, não há um padrão nas diferenças percentuais entre os degraus que separam cada classe e cada nível de titulação. Este item prioriza o objetivo de reduzir o achatamento salarial entre classes e níveis.
Questão 4: Exigir que os termos de instituição de Grupo de Trabalho proposto pelo governo para tratar da carreira garantam o tratamento das questões estruturantes da proposta do ANDES-SN, conforme acordado com a SESU em abril de 2014.
Questão 5: Exigir que, a partir de 01/01/2016, o VB para DE corresponda a 1,55 vezes o de 40h e que isto conste de acordo e de lei e que se avance progressivamente na relação entre os VB de 40h e de 20h, até que o de 40h corresponda ao dobro do de 20h.
Questão 6: O CNG deve, nos termos estritos das questões 1 a 5, negociar com vistas a obter os avanços estruturais na malha salarial, e qualquer proposta de acordo será submetida à apreciação e deliberação das assembleias.



quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Assembleia Geral acontece na terça (29)


Assembleia Geral dos Docentes da UFF acontece na próxima terça, dia 29/9, às 15h, na Quadra da Educação Física/ Campus do Gragoatá.
Em pauta: 1) Informes; 2) Avaliação da Greve; 3) Outros assuntos
Informações importantes:
1) CRECHE: Docentes interessados em deixar os filhos em espaço de recreação na sede da Aduff-SSind devem encaminhar e-mail para aduff@aduff.org.br, informando a idade da criança.
2) IDENTIFICAÇÃO: Podem participar da assembleia professores sindicalizados ou não, munidos de documento que comprove docência na universidade.
3) CREDENCIAMENTO: O livro de assinaturas será aberto uma hora antes do início da assembleia.
4) REEMBOLSO: Professores das unidades fora da sede podem solicitar o reembolso da passagem para o deslocamento, mediante a apresentação dos comprovantes

Em dia nacional de protestos, servidores públicos e movimentos sociais realizam ato em Brasília contra cortes e ajuste fiscal

Crédito: MTST
No Rio, MTST ocupou Hall do prédio do Ministério da Fazenda, onde promove ato

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A manhã desta quarta-feira (23) foi marcada pelos protestos dos servidores públicos federais e dos movimentos sociais – em Brasília e nos estados - contra o novo pacote de cortes do governo federal, anunciado como parte do ‘ajuste fiscal’. No início do dia, integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) chegaram a ocupar o saguão do prédio do Ministério da Fazenda, na capital federal, mas logo depois foram expulsos por grande aparato policial, que utilizou gás lacrimogênico e spray de pimenta para dispersar os manifestantes. A polícia militar cercou o prédio, mas os servidores públicos federais e o MTST continuam em frente ao Ministério da Fazenda, em ato.

A presidência da República fez contato com a direção do MTST propondo-se a receber lideranças do movimento. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto reivindica que representantes do Fórum dos Servidores Públicos Federais também sejam recebidos pelo governo.

“A única coisa que pode garantir a reversão dos cortes é a unidade dos trabalhadores. Por isso é fundamental os atos nacionais promovidos pelo MTST em conjunto com os servidores públicos federais”, ressalta Eblin Farage, professora da UFF que integra o Comando Local de Greve dos docentes na universidade e está em Brasília, junto com mais 26 professores da Universidade Federal Fluminense. A participação nos atos de hoje foi aprovada em reunião do CLG docente da UFF.

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) em conjunto com os educadores da reforma agrária também ocupam a sede do Ministério da Educação.

Ocupação nos estados
Crédito: Márcio Malta

Além do ato nacional, em Brasília, o MTST também promove um dia de ocupação das sedes do Ministério da Fazenda nos estados. Estão ocupadas as representações do Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.

No Rio, com o mote “se esse governo só vai na pressão, os sem-teto vieram aqui comer feijão”, integrantes do movimento ocuparam o hall do Ministério da Fazenda (na Av. Antônio Carlos) e estão organizando uma grande feijoada. Também estão presentes no ato o Comando Local de Greve docente da UFF, professores da UFRJ e estudantes das duas universidades. Integrantes do MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados) também estão chegando ao local, em passeata. À tarde, os manifestantes desocupam o Ministério da Fazendo e saem às ruas, em protesto. “O ato consiste em tentar pressionar o governo e mostrar que o ajuste fiscal só está tirando de setores populares”, explica o professor da UFF e integrante do CLG docente, Márcio Malta.

“Mais uma vez repudiamos as soluções adotadas pelo Governo Federal que joga o custo da crise nas costas dos trabalhadores mais pobres e dos servidores públicos. Desta vez foi anunciado o corte de mais R$26 bilhões no Orçamento. Os principais cortes referem-se ao congelamento no salário de servidores e ao financiamento do Minha Casa Minha Vida, além de R$3,8 bilhões na saúde”, diz a nota intitulada “Por que estamos ocupando as sedes do Ministério da Fazenda em todo país?”, divulgada na manhã desta quarta pelo MTST. Para ler o documento na íntegra, clique aqui

Servidores protestam juntos nesta 4ª (23) contra novo pacote de cortes


Manifestações em Brasília e em estados, com atos e paralisações, expressam rejeição de servidores ao novo pacote de cortes do governo federal; movimentos sociais também protestam

Os servidores públicos federais respondem nesta quarta-feira (23) com um dia nacional de protestos e paralisações ao novo pacote de cortes do governo federal. As medidas anunciadas como parte do ‘ajuste fiscal’ atingem diretamente o setor e incluem adiar por sete meses o reajuste salarial de 2016, suspender os concursos públicos, pôr fim ao abono permanência e cortar mais recursos orçamentários de áreas sociais. As manifestações ocorrem em Brasília e em alguns estados. 

O anúncio das medidas foi recebido com críticas e indignação pelas direções sindicais – mesmo entre sindicalistas alinhados ao governo federal. Esse foi o tom dos debates na reunião realizada logo depois, em Brasília, com 19 entidades sindicais nacionais que integram o Fórum dos Servidores Federais.

A reunião articulou o protesto, definiu as bases de um documento contrário ao pacote – que seria entregue às presidências da República, do Senado e da Câmara dos Deputados – e decidiu por consenso buscar as centrais sindicais para construir a convocação de uma greve geral que pare o país e expresse a insatisfação do conjunto dos trabalhadores com a política econômica adotada pelo governo.

Para o servidor Saulo Arcangeli, da coordenação da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) e dirigente sindical do Judiciário Federal, as medidas são um golpe contra os serviços públicos. “Há muita indignação das categorias com o pacote. Um verdadeiro ataque a direitos e um maior sucateamento do serviço público que já sofre com ampliação da terceirização, precarização do trabalho e cortes no orçamento”, critica, observando que o adiamento da primeira parcela do reajuste previsto torna ainda pior a proposta que já havia sido rejeitada pelos servidores, por não contemplar a reposição das perdas inflacionárias. 

A docente da UFF Eblin Farage, que participou da reunião pelo Comando Nacional de Greve do Andes-SN, ressalta que é grande a insatisfação demostrada pelos dirigentes sindicais com as medidas. “O pacote motivou o fórum a se reunir e a pensar na atividade do dia 23, um dia nacional de paralisações, mobilizações e a atividades em Brasília e nos estados contra o pacote do governo”, disse.

Diante da reação dos servidores, jornais já divulgam um suposto recuo do governo no adiamento do reajuste – que, por essa versão, seria postergado em três meses, sendo aplicado a partir de abril de 2016. Seja como for, os servidores pretendem expressar com atos contundentes na quarta-feira (23) a indignação da categoria com o modo como as negociações vem sendo conduzidas pelo governo até aqui. Delegação do Comando Local de Greve dos docentes da UFF, instalado na Aduff-SSind, participa da atividade em Brasília.

Movimentos sociais

Integrantes de movimentos sociais realizam na manhã desta quarta uma série de manifestações pelo país, lideradas pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). No Rio, a entrada do Ministério da Fazenda, no centro da cidade, foi bloqueada. Em Brasília, a sede central da Fazenda também foi ocupada pela manhã - a polícia utilizou gás de pimenta para retirar os manifestantes, que permaneciam em frente à pasta pela manhã. Servidores em greve participam dos protestos. 

DA REDAÇÃO DA ADUFF
foto: Professores da UFF no ato em Brasília, no Ministério da Fazenda, nesta quarta (23)
crédito: Arquivo Pessoal/Paula Kapp

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Encontro Nacional de Lutadores define jornada de lutas para outubro

Com mais de 1.200 pessoas, Encontro Nacional de Lutadores apontou construção de jornada de lutas para o mês de outubro e Encontro Nacional de Educação para 2016


Em greve há mais de cem dias, docentes e estudantes da UFF participaram no último fim de semana da Marcha Nacional dos Trabalhadores e do Encontro Nacional de Lutadores, em São Paulo, em protesto contra as medidas do governo federal e contra a oposição de direita

Visando fortalecer a mobilização contra o governo de Dilma Rousseff (PT), o PSDB de Aécio e o PMDB de Michel Temer e Eduardo Cunha, manifestantes apontaram construção de jornada de lutas para o mês de outubro e construção de Encontro Nacional de Educação para 2016. Cerca de 1.200 pessoas se reuniram na quadra do sindicato dos metroviários de SP no Encontro Nacional de Lutadores, no sábado (19), após Marcha Nacional dos Trabalhadores levar, no dia anterior, mais de dez mil manifestantes a avenida Paulista, fazendo ecoar palavras de ordem contra o ajuste fiscal, a Agenda Brasil, o corte do abono permanência e outros ataques aos serviços públicos brasileiros.

Com a realização de encontros locais e regionais para avaliar a conjuntura e impulsionar a reação dos trabalhadores às medidas do governo federal, jornada de lutas durante mês de outubro, chamada de "Outubro de Lutas", pretende dar atenção e fortalecer iniciativas dos trabalhadores, como campanhas salariais e greves das categoriais, as lutas do movimento popular e de combate às opressões de gênero, sexual ou racial. 

"Na carta final, houve o apontamento de uma agenda de lutas de enfrentamento ao governo e ao ajuste fiscal, rejeitando as medidas do governo que ferem os servidores e exigindo a não transferência de recursos para pagamento da dívida pública, exigindo tributação às grandes fortunas, ou seja, outros meios de enfrentamento à crise que o país está enfrentando", disse Gustavo Gomes, da direção da Aduff. Gustavo também salientou que devido a carência de servidores no funcionalismo público brasileiro, "corte de salários e direitos dos servidores enfraquecerá o serviço público, principalmente em um momento em que o governo determina o corte do abono permanência e anuncia a suspensão de concursos públicos".



Para Sônia Lúcio Rodrigues, diretora da Aduff, a Marcha e o Encontro foram "fundamentais para dar visibilidade e resistência aos militantes e aos movimentos sociais que não apoiam o governo Dilma e suas medidas de ataques aos trabalhadores brasileiros", e avaliou os eventos como positivos para que os trabalhadores possam se organizar contra o ajuste fiscal. Com mais de 140 entidades presentes, Kate Paiva, do Comando Local de Greve, considerou notável a "força que temos para colocar gente na rua e apontar que a saída é pela esquerda", afirmando que o governo do PT não é um governo de esquerda.

Convocada pela CSP Conlutas e outros movimentos a partir de reunião do Espaço Unidade de Ação, que aglomera movimentos sociais em busca de ampliação da unidade entre os que se opõem ao governo do PT e também aos partidos de direita, marcha teve balanço positivo. Expectativa é de aumento de mobilização nas próximas semanas, consideradas decisivas na luta contra o governo e contra a direita.

"A marcha é importante e significativa pelo que representa na conjuntura porque é uma resposta potente ao ajuste fiscal. A Marcha e o Encontro agregaram importantes entidades, foi fundamental, mas precisa ser ampliada. É um espaço pra se construir uma alternativa ao governo e à direita, e pra isso é preciso ampliar", finalizou Wanderson Melo, da diretoria da Aduff.


DA REDAÇÃO DA ADUFF Por Niara Aureliano
Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, em São Paulo (18)
Fotos créditos: Jesus Carlos


23 de Setembro é Dia Nacional de Paralisação dos Servidores Públicos Federais


Com manifestação em Brasília (DF) e atos nos estados, o conjunto dos servidores públicos federais vão às ruas em protesto contra novos cortes do governo federal


Nesta quarta-feira (23), diversas categorias do funcionalismo público federal, incluindo os docentes federais em greve, ao lado de outros setores dos movimentos sociais (MST, MTST, SOS Emprego, entre outras entidades), realizarão um Dia Nacional de Paralisação dos Servidores Públicos Federais, conforme a deliberação da última reunião do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais. A categoria participará de uma manifestação em Brasília (DF), a partir das 9h. O ANDES-SN também indica a organizará de atividades nos estados.

De acordo com Paulo Rizzo, presidente do sindicato nacional dos docentes, o principal objetivo da paralisação dos servidores públicos federais no dia 23 de setembro é mostrar a rejeição por parte das categorias ao novo pacote de cortes orçamentários do governo federal, e pressionar pela reabertura de negociações. Os novos cortes foram anunciados pelo governo federal na segunda-feira (14) e retiram mais direitos dos trabalhadores, confiscam os salários dos servidores, suspendem a realização de concursos públicos e aprofundam o desmonte do serviço público, atacando o direito da sociedade a serviços públicos, gratuitos e de qualidade.

Como encaminhamento da última reunião do Fórum dos SPF, será realizado um manifesto público de rejeição ao pacote de ajustes do governo federal a ser encaminhado à Presidência da República e aos presidentes da Câmara e do Senado e amplamente divulgado à sociedade, apontando saídas para a crise fiscal que não retirem direitos dos trabalhadores, como a auditoria da dívida pública e a taxação de grandes fortunas.

Fonte: ANDES-SN

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Marcha ocupa av. Paulista contra ‘ajustes’ defendidos por Dilma, Aécio e Temer


 
Protesto nacional em São Paulo reuniu milhares de trabalhadores e estudantes na capital paulista, entre eles servidores federais em greve, que contestaram medidas que atacam serviços públicos e direitos dos trabalhadores apoiadas pela coligação do governo petista e pela oposição tucana   

Pelo menos dez mil manifestantes – há quem avalie mais – marcharam do vão livre do Masp, na av. Paulista, em São Paulo, até a Praça da República. Ao longo dos cerca de cinco quilômetros percorridos, em quase duas horas e meia, trabalhadores e estudantes expuseram uma posição política diferente das expressadas nas recentes manifestações a favor ou contra o governo de Dilma Rousseff.

Nem o PT da presidente da República, nem o PSDB do senador Aécio Neves (MG) e do governador Geraldo Alckmin (SP), tampouco o PMDB de Michel Temer (SP), Renan Calheiros (AL) e Eduardo Cunha (RJ), vice-presidente da República e presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente, escaparam das críticas de quem participou da Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras. 

Realizada no final da tarde e início da noite da sexta-feira (18), na capital paulista, reuniu representações de várias partes do país e foi convocado pela CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), pelo Fórum das Entidades Sindicais Nacionais dos Servidores Públicos Federais e por mais de 50 organizações sindicais e dos movimentos sociais e estudantis. Servidores federais em greve e que integram a organização unificada da campanha salarial participaram.

A marcha rechaçou o pacote de medidas recém-lançado pelo governo que corta recursos dos serviços públicos, suspende os concursos para servidores estatutários em 2016, adia o início do reajuste do funcionalismo proposto pelo governo em sete meses e acaba com o abono permanência, concedido a servidores que, mesmo aptos a se aposentar, preferem continuar trabalhando. 

O ato rejeitou o ‘ajuste fiscal’ como um todo, apontado como um conjunto de medidas que transferem recursos dos trabalhadores e do estado para o capital privado, e a Agenda Brasil, lançada pelo senador Renan Calheiros e encampada imediatamente pelo governo de Dilma Rousseff. A ‘Agenda’ propõe, entre outras mudanças, o fim da gratuidade universal do atendimento no Sistema Único da Saúde e mais cortes nos direitos previdenciários.

Professores e estudantes da Universidade Federal Fluminense participaram do ato. “Foi uma manifestação por uma alternativa classista dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre”, disse o professor Arley Costa, do Comando Local de Greve dos docentes da UFF. “A marcha expressa a insatisfação com medidas que retiram direitos trabalhistas e sociais e desestruturam os serviços públicos, como a suspensão de concursos e os cortes de recursos da saúde, educação e moradia”, observou Gustavo Gomes, da direção da Aduff-SSind.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
fotos: Marcha dos Trabalhadores e Trabalhadoras em São Paulo
créditos: Jesus Carlos/free lance para a Aduff-SSind



Marcha expressa insatisfação com medidas apoiadas pelo PT e PSDB, diz diretor da Aduff


Protesto na capital paulista reúne representações dos movimentos sindicais, sociais e sindicais de várias partes do país


Com palavras de ordem que afirmam que os trabalhadores não devem pagar pela crise econômica, começa a Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, em São Paulo. Milhares de jovens e trabalhadores seguem rumo à Praça da República na capital paulista.

Docentes e estudantes da UFF estão presentes na manifestação lutando contra o ajuste fiscal, a Agenda Brasil e os cortes na educação. Manifestantes se somam a outras categorias para construir alternativa ao governo federal e à oposição de direita. "A marcha expressa a insatisfação com os rumos das medidas defendidas pelo setor financeiro e apoiadas pelo PT, PSDB e outros grandes partidos da ordem que retiram direitos trabalhistas e sociais e desestruturam os serviços, como a suspensão dos concursos públicos e os cortes de verbas para saúde, educação, moradia", afirma Gustavo Gomes, da direção da Aduff.

Neste sábado (19), os manifestantes devem se reunir na Plenária dos Trabalhadores em Luta para definir os próximos passos da mobilização contra o governo e contra os partidos de direita.


DA REDAÇÃO DA ADUFF
fotos: Início da manifestação em São Paulo
crédito: Jesus Carlos/free lance para a Redação da Aduff






Milhares protestam em São Paulo contra medidas do Governo Federal

Mais de cinco mil jovens e trabalhadores já se encontram na Av. Paulista, em São Paulo, na concentração para Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras. A expectativa é de que mais manifestantes cheguem ao local.

Convocados pela CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), pelo Fórum Nacional dos Servidores Federais e dezenas de outras entidades nacionais dos movimentos sindical, social e estudantil, os manifestantes protestam contra o "ajuste fiscal" e a Agenda Brasil do governo federal. Docentes e estudantes da UFF também participam da manifestação.

No sábado (19), os trabalhadores se reunirão na Plenária dos Trabalhadores em Luta para discutir os próximos passos da mobilização que visa construir uma alternativa ao governo de Dilma Rousseff (PT) e à oposição de direita. Objetivo é convencer a população de que há alternativa à polarização entre PT e PSDB.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
foto: arquivo pessoal

Consuni da UFRJ aprova moção contra extinção de abono permanência



Reitor da UFRJ, Roberto Leher afirma em moção que cortes promovidos pelo Governo Federal colocam em risco desenvolvimento da ciência e do ensino superior no país
Em sessão nessa quinta-feira (17), o Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ aprovou moção contra medidas que retiram direitos dos servidores públicos, anunciadas pelo governo federal nos últimos dias. Uma das medidas é a extinção do abono permanência, concedido a servidores que podem se aposentar, mas decidem por continuar trabalhando no serviço público.

A medida deve atingir cerca de 2800 servidores da UFRJ, sendo 670 docentes e cerca de dois mil técnicos, mais os docentes e técnicos-administrativos que podem solicitar aposentadoria ainda este ano ou em 2016.  “Na UFRJ a extinção do abono de permanência atingiria imediatamente mais de 2.000 técnico-administrativos de grande experiência, cujas atividades são essenciais para a instituição, assim como aproximadamente 670 docentes de alta qualificação que atuam como coordenadores de grupos de pesquisa, orientadores de pós-graduação e que são responsáveis por importante produção acadêmica da instituição”, diz o texto.

Aprofundando os cortes nas áreas sociais em decorrência do ajuste fiscal, o governo federal também anunciou a suspensão de concursos públicos em 2016, corte de cerca de R$ 1,5 bi no ano que vem, e adiou a correção salarial dos servidores federais de janeiro para agosto de 2016. Documento exige reforma tributária que “instaure justa cobrança de tributos das grandes fortunas e da alta finança”, reexame da legalidade da dívida pública brasileira e interrupção do repasse de verbas públicas para financiar a educação privada - apesar do corte de verbas para a educação pública, mais de R$ 16 bi foram repassados a educação privada em 2015.

Diferente da UFRJ, Reitor Sidney Mello não tem comparecido às sessões do Conselho Universitário da UFF.

Confira moção na íntegra:

O Consuni UFRJ, reunido em sessão extraordinária em 17 de setembro de 2015, conclama o Governo Federal a reavaliar as medidas recentemente anunciadas que atingem o serviço público que, se efetivadas, acarretarão graves prejuízos às universidades brasileiras, inviabilizando o pleno funcionamento do ensino, da pesquisa e da extensão da educação pública federal.

Na UFRJ a extinção do abono de permanência atingiria imediatamente mais de 2.000 técnico-administrativos de grande experiência, cujas atividades são essenciais para a instituição, assim como aproximadamente 670 docentes de alta qualificação que atuam como coordenadores de grupos de pesquisa, orientadores de pós-graduação e que são responsáveis por importante produção acadêmica da instituição. A estes mais de 2.800 servidores devem ser acrescentados outras centenas que poderão solicitar aposentadoria em 2015 e 2016.

A medida é agravada pelo fato de que o Governo Federal anunciou a suspensão de concursos em 2016 e, ainda, a postergação da correção salarial dos servidores, já com forte defasagem em decorrência da inflação dos últimos anos. A intenção de restringir as emendas parlamentares ao Programa de Aceleração do Crescimento e ao setor da saúde, significa retirar o pouco investimento que as universidades poderão obter em 2016, comprometendo severamente a infraestrutura das mesmas.

Com essas medidas, os efeitos dos drásticos cortes orçamentários das Federais e dos órgãos de fomento à Ciência e Tecnologia serão ainda mais acentuados, colocando em risco a formação de milhares de jovens e o próprio futuro da ciência no Brasil. É uma opção que ameaça o presente e o futuro democrático da nação com consequências em todas as esferas da vida.

Os setores democráticos combatem a repactuação das desonerações tributárias a setores que sequer garantem os empregos de seus trabalhadores. Ao mesmo tempo, as forças democráticas apoiam as iniciativas da Receita Federal em prol de maior eficácia na cobrança de autos de infração que alcançam R$ 150 bilhões/ano e que somam atualmente R$ 1,5 trilhão; a reforma tributária que instaure justa cobrança de tributos das grandes fortunas e da alta finança; o reexame cuidadoso da legalidade da dívida, em especial em decorrência das elevadas taxas de juros exigidas pela banca, em que cada aumento de 0,5% da taxa Selic significa gastos adicionais com a dívida de R$ 7,5 bilhões e uma política de transição que interrompa os repasses de recursos públicos para financiar a educação privada, superiores a R$ 16 bilhões em 2015.


A UFRJ, a exemplo das demais universidades, se soma às forças democráticas que recusam saídas não democráticas para a grave crise econômica e política e, por isso mesmo, insta o governo Federal a rever as políticas que estão colocando as Instituições Federais de Ensino em risco.

Prof. Roberto Leher
Reitor

DA REDAÇÃO DA ADUFF Por Niara Aureliano
Crédito/Imagem: Sintuperj

Para TCU, há indícios de superfaturamento nas obras da UFF no Gragoatá



Acima, novo prédio do IB no campus do Gragoatá.
Comunidade espera há anos pelas novas instalações 

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

O Tribunal de Contas da União identificou irregularidades nas obras do Instituto de Química e de Biologia, e do Instituto de Artes e Comunicação Social, no Campus do Gragoatá. Há indícios de superfaturamento e um dos prédios teria custado aproximadamente R$ 2,2 milhões a mais. Além disso, o TCU criticou a ausência o projeto básico do Instituto de Artes e Comunicação Social, que não foi encaminhado com a documentação completa. Faltaram os relatórios de sondagem e a descrição exata do terreno. E os atrasos nas obras, paralisadas supostamente por conta dos cortes orçamentários, levaram ao pagamento de meses adicionais de administração local.

O relator do processo, ministro Vital do Rêgo, declarou à reportagem do TCU, que “os gestores detinham competência e conhecimentos técnicos para avaliar os preços ofertados, além dos riscos que a ausência dos critérios de aceitabilidade de preços unitários traria a um contrato com sobrepreço expressivo nos serviços iniciais do empreendimento”. O Tribunal de Contas da União determinou a “aplicação de multa e a conversão do processo em tomadas de contas especial para fins de ressarcimento dos prejuízos, se forem confirmados” e, se for o caso, que se “efetue o desconto integral ou parcelado da dívida nos vencimentos, salários ou proventos dos responsáveis”.

A equipe de imprensa da Aduff-SSind entrou em contato, por e-mail, com representantes da reitoria e aguarda que a administração central se pronuncie a respeito das denúncias do TCU.