quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Assembleia mantém greve docente na UFF e cobra negociação já



Docentes aprovaram por maioria manter a greve e realizar nova assembleia dia 17; assembleia cobrou diálogo e responsabilidade do governo, do MEC e da Reitoria

Os professores da Universidade Federal Fluminense decidiram manter a greve iniciada no final de maio para pressionar o governo nessa que pode ser a reta final de negociações e buscar arrancar avanços tanto nas questões gerais quanto específicas.

Os docentes aprovaram uma lista de sete encaminhamentos apresentados pelo Comando Local de Greve e marcaram a próxima assembleia para o dia 17 de setembro. Entre elas, está o envio de uma moção à Reitoria da UFF para que efetivamente abra as negociações em torno da pauta interna de reivindicações. Também decidiram indicar ao Comando Nacional de Greve a necessidade de pressionar o Ministério da Educação para que marque nova audiência e se posicione formalmente sobre a pauta de reivindicações, sendo destacada a questão do compromisso de não contratação de professores por meio de organizações sociais.

Na assembleia em que a greve foi mantida por 200 votos a 150 e duas abstenções, de um total de 359 professores credenciados, definiu-se que a defesa da UFF pública passa por reforçar nesse momento os laços com organizações da sociedade civil para pressionar a reitoria a dialogar com o movimento grevista. E, assim, negociar as reivindicações que, essencialmente, envolvem o bom funcionamento da universidade e o seu caráter público e voltado para as necessidades sociais. Entidades civis, parlamentares e associações serão convidadas a se manifestar nesse sentido por meio de moções e manifestos dirigidos à reitoria, num amplo movimento em defesa da UFF. 

A carta dirigida aos docentes que foram à assembleia, elaborada pelo Comando Local de Greve, observou que a mobilização ao longo de mais de cem dias de paralisação permitiu "desvelar a situação crítica por que passam as universidades em geral e a UFF em particular", em contraposição à postura de reitores que preferem minimizar os problemas a enfrentá-los e negociar "raspas e restos" com o governo a dialogar com a comunidade universitária. Essa postura - que só tende a piorar o quadro e ampliar os cortes - vem sendo combatida firmemente por docentes, técnicos e estudantes em greve, avalia a carta. 

Apesar da reação e da mobilização, conforme o texto distribuído e lido na assembleia, os ataques não cessam. "Mais de cem dias de greve e a sensação dos que participam ativamente deste movimento é a de que enfrentamos uma força contrária desproporcionalmente violenta", diz o documento, que aponta que por meio do 'ajuste fiscal' a cada dia surgem novas propostas de retirada de direitos. "O relator do orçamento anuncia que estuda a possibilidade de congelar o salário dos servidores ou adiar o reajuste para o fim do ano de 2016 e o executivo especula elevar a alíquota máxima do Imposto de Renda, para que nós, servidores públicos e demais trabalhadores assalariados, paguemos mais", já que, como noticiado pelos jornais, "os maiores milionários do país ganharam em 2013 quase 200 bilhões de reais sem pagar nada de imposto de renda".

Durante o debate, destacou-se a importância e o acerto da política de alianças com o conjunto dos servidores federais, além de estudantes e movimentos sociais. A participação na Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadores, em defesa dos direitos sociais e trabalhistas e contra os ataques do 'ajuste fiscal', marcada para 18 de setembro, em São Paulo, foi ratificada. No plano geral das negociações, a pressão já fez o governo recuar da imposição do acordo de quatro anos. Agora a mobilização é para que ao menos as perdas da inflação sejam repostas.

Também se reforçou a necessidade de pressionar o MEC a se posicionar. Embora não haja propriamente avanços nessa pauta, foi apontado como positivo o fato de o secretário e Ensino Superior ter afirmado que o ministério não pretende contratar por meio de organizações sociais. O MEC não cumpriu a promessa de apresentar o quadro da distribuição das vagas de concursos para docentes. Mas revelou dados que ajudam a analisar a situação e acrescentam elementos à defesa do concurso público pelo regime estatutário, único meio de efetivamente barrar as organizações sociais, a Ebserh e outros modelos de privatização. Segundo o secretário do MEC, há hoje 78.567 docentes da carreira do magistério superior e 9.638 cargos vagos, que não necessitam de autorização ministerial para se realizar os concursos. Além dessas, o MEC aguardaria o Planejamento liberar 4.090 vagas para concursos de docentes e cerca de 5.000 para técnico-administrativos.
   
Outro aspecto da luta específica destacada na carta lida na assembleia refere-se às pós-graduações. "A denúncia feita pela greve e por algumas associações científicas dos cortes de verbas para os programas pela Capes começa a também surtir efeito. Algumas universidades já anunciam que as verbas originalmente previstas para 2015 (sobre as quais havia sido anunciado corte de 70 a 75%) serão integralmente repassadas às pró-reitorias de pós-graduação e aos programas". Na UFF, o reitor Sidney Mello, anunciou pelo Facebook a integralização das verbas Proap.

Foi a partir dessas avaliações e desse cenário, ressaltando que o governo e a reitoria precisam dar respostas imediatas à greve, que os docentes da UFF aprovaram manter a paralisação e marcar nova assembleia para o dia 17 de setembro, quinta-feira.  

Os sete encaminhamentos aprovados na assembleia são literalmente os seguintes:

1)Manter a Greve e ampliar a pressão sobre o governo;
2)Indicar ao CNG a necessidade de pressionar o MEC para nova audiência com o CNG-ANDES em que o Ministério se posicione formalmente sobre a pauta (especialmente sobre OS e vagas);
3)Encaminhar ao CNG a necessidade de orientar as bases sobre os horizontes da negociação com o MPOG e da greve após o dia 11 de setembro;
4)Enviar à reitoria uma Moção desta Assembleia Geral exigindo a abertura efetiva de negociação sobre a pauta interna;
5)Construir com outras entidades, parlamentares e associações da sociedade civil manifestos e moções dirigidas à reitoria da UFF com o mesmo objetivo;
6)Participação na Marcha Nacional dos trabalhadores e trabalhadoras no dia 18 de setembro em São Paulo;
7)Próxima Assembleia no dia 17 de setembro, às 15h.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
fotos: Assembleia na quadra da Educação Física nesta quinta-feira (10), que manteve a greve

9 comentários:

  1. Cadê a pátria educadora agora para falar com nos? Pátria educadora só na televisão. RESISTÊNCIA. Greve....

    ResponderExcluir
  2. Cadê a pátria educadora agora para falar com nos? Pátria educadora só na televisão. RESISTÊNCIA. Greve....

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Assinem o impeachment de bandilma. Rompam com esquerdopatas e movimentos pseudosociais que são franjas de vagabundos petralhas que mamam nas tetas do governo. Fora Dilma e verão florescer a verdadeira pátria que enaltece e valoriza a educação acadêmica neste Brasil.

    ResponderExcluir
  5. Assinem o impeachment de bandilma. Rompam com esquerdopatas e movimentos pseudosociais que são franjas de vagabundos petralhas que mamam nas tetas do governo. Fora Dilma e verão florescer a verdadeira pátria que enaltece e valoriza a educação acadêmica neste Brasil.

    ResponderExcluir
  6. Assim o impeachment da bandilma. Temos elha e apealhada vagabunda e vocês verão a educação ser enaltecida e valorizada no país. Rompam com estes movimentos sociais que nada mais são que franjs dos vagabundos do pt.

    ResponderExcluir
  7. Queridos, lembro de mais um encaminhamento, proposto pelo Prof. Marcelo Badaró: postar aqui minha CARTA ABERTA AO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA e também o link do abaixo-assinado protestando contra o assédio moral que venho sofrendo por parte da chefia do GHT

    ResponderExcluir
  8. Eis a carta: https://www.academia.edu/15459466/CARTA_ABERTA_AO_DEPARTAMENTO_DE_HIST%C3%93RIA_DA_UFF

    ResponderExcluir
  9. E aqui o link do abaixo-assinado: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR84636

    ResponderExcluir