quarta-feira, 15 de julho de 2015

Leia nota do Comado Local de Greve dos Docentes da UFF

Na quarta-feira, dia 15 de julho, os Comandos Locais de Greve de discentes, servidores técnico-administrativos e docentes realizaram uma atividade de greve nos jardins da reitoria, com oficinas de ciência, piquenique cultural, leitura de poesias, entre outras ações. Tal mobilização se fez acompanhada da entrega de uma carta pelos comandos solicitando a designação de uma representação com poderes efetivos de negociação para iniciar a negociação da pauta interna da greve.

Além disso, participamos da reunião do Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP), em defesa de uma proposta de suspensão do calendário acadêmico, garantindo o direito dos estudantes a uma reposição integral das aulas suspensas pela greve, proposta cuja inclusão na pauta não foi aceita pela presidência dos trabalhos, exercida pelo vice-reitor, Professor Antônio Cláudio Nóbrega. Pela manhã, havíamos comparecido a uma reunião do Fórum dos Diretores, com pauta de debate com o reitor, Professor Sidney Mello, que não compareceu e tentou desmarcar a reunião uma hora e meia antes do horário para o qual foi convocada. Mais uma situação de fuga do reitor, que se soma à sua ausência sistemática em todos os espaços colegiados da UFF.

Ao fim da reunião do CEP, um estudante que se apresentou como representante do DCE e conselheiro estudantil, acompanhado de outro estudante, que se identificou como conselheiro e membro do DCE, interpelou uma diretora da ADUFF-SSind. A abordagem, em tom agressivo, do conselheiro estudantil, acusava a ADUFF-SSind, genericamente, de atuação de má-fé, politicamente sem ética e sem moral. Arguido pela diretora, que lhe informou que aquele não era espaço para isso e que não aceitava os termos das acusações, subiu seu tom de voz de forma agressiva. A professora afirmou que não aceitaria gritos contra ela e se retirou. Interpelado por dois outros professores que testemunharam o fato de que sua atitude era agressiva e machista, o referido conselheiro afirmou que para ele não havia diferenças entre homens e mulheres, ao que foi arguido se estava preparado para responder judicialmente por seus atos, exato momento em que o mesmo conselheiro avançou por sobre o fotógrafo da entidade, colocando suas mãos sobre a máquina fotográfica e tentando impedir o seu trabalho. À reação do fotógrafo, que exigiu respeito pelo seu equipamento e trabalho, seguiu-se uma ameaça ao mesmo por parte do segundo suposto conselheiro que havia interpelado a diretora, iniciando uma confusão generalizada nos jardins da reitoria.

Um professor que questionou de forma mais contundente os agressores do fotógrafo foi acusado de ter agredido verbalmente uma estudante, ao que se seguiu um cerco e ameaça de espancamento do referido professor, ação só contida pela intervenção de outros professores (preocupados em garantir a integridade física de todos, como tem sido feito em outros momentos da greve) e da vigilância patrimonial da UFF.

O Comando Local de Greve da Aduff-SSind repudia de forma firme e inequívoca todas as formas de agressão, verbais ou ameaças físicas, especialmente aquelas que caracterizam formas de opressão. O repúdio é neste caso generalizado e todos os que eventualmente tenham cometido atos dessa natureza devem ser devidamente responsabilizados, desde que a apuração dos fatos assim comprove, para o que nos dispomos desde já a colaborar.

Queremos, por fim, ressaltar que o clima de tensão gerado nesta quarta-feira (15) é resultado direto do tratamento autoritário e das tentativas de deslegitimar o movimento grevista e as entidades representativas, por parte da reitoria e de seus apoiadores. Toda a história do movimento docente na UFF atesta nosso esforço para garantir o funcionamento democrático da Universidade. Em um momento como este, em que os cortes de verbas ameaçam de forma muito grave o funcionamento das Universidades Federais, caberia aos gestores da Universidade atuar em conjunto com as entidades representativas, em defesa da UFF e da Universidade Pública. A tensão gerada pelo não reconhecimento de um movimento grevista, que tem por fim último a defesa da Universidade, pode e deve ser superada por uma posição mais coerente e decidida dos responsáveis pela gestão da UFF.
Para isso, foram eleitos. Confiamos que os conselheiros universitários assumirão essa responsabilidade e porão fim às tensões, reconhecendo a legitimidade da greve e das reivindicações.

Niterói, 15 de julho de 2015

Comando Local de Greve dos Docentes da UFF

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Engraçado foi que na nota nao foi dito nada sobre as agressões verbais e físicas que os membros do movimento estudantil sofreram. Essa nota é totalmente lamentável e arbitrária, uma lástima para a greve.

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