quinta-feira, 2 de julho de 2015

Em meio a protesto, comandos de greve dizem a Comitê Gestor: reitor tem que negociar

Reunião transcorreu durante manifestação conjunta de professores, técnico-administrativos e estudantes; docentes disseram que só o reitor na reitoria exerce cargo eleito e não pode se negar a ouvir reivindicações da comunidade universitária. Docentes da UFF fazem assembleia de greve nesta quinta (2) 

Após ser pressionado pelo movimento grevista durante ato unificado realizado na tarde de quarta-feira (1) no gramado da reitoria, o Comitê Gestor da UFF mandou retirar os cadeados da porta de entrada do local e recebeu uma comissão dos comandos de greve, representados por duas integrantes de cada segmento, para uma reunião no gabinete do reitor, Sidney Mello, que outra vez não apareceu. A porta de acesso ao prédio da reitora havia sido trancada com cadeados quando servidores e estudantes se dirigiram ao local. 

Questionado sobre a ausência do reitor e da resistência da reitoria em estabelecer um processo de negociação com o movimento grevista em torno da pauta de reivindicações, os pró-reitores apresentaram documento em que alega haver disposição do reitor em dialogar. Todavia, condiciona a realização de qualquer audiência com o magnífico ao estabelecimento de um cronograma de trabalho, primeiramente, com os representantes da reitoria.

“Negociamos, construímos um calendário e enfrentamos a pauta de reivindicações. Alguns pontos dela são bem difíceis”, disse Túlio Franco, pró-reitor de Pessoal. “Uma pessoa isolada não tem varinha de condão para resolver todos os problemas da instituição; pró-reitores definem as políticas e as colocam em prática”, disse José Rodrigues, chefe de gabinete.     

Docentes, técnicos e estudantes em greve compreendem que é importante que o reitor da Universidade se apresente para dialogar e negociar com o movimento paredista, porque ele é o maior representante da instituição. “O reitor é a figura política eleita. O momento de greve é um momento político”, disse a professora Renata Vereza. 

A professora Eblin Farage lembrou que a greve dos três segmentos já completou um mês e que, até agora, o reitor não se dignou a conversar com o movimento paredista. “É a primeira vez na história da UFF que o reitor não recebe o Comando de Greve. Não queremos desmerecer o Comitê Gestor, mas vocês não foram eleitos, foram indicados para as pró-reitorias. Aliás, podemos até discutir a inclusão de mais um ponto de pauta em nossas reivindicações: que o Comitê Gestor, a partir de agora, seja escolhido pela comunidade acadêmica por meio do voto”, disse.

Quem participou

Participaram da reunião, pelos estudantes, Nayara Assunção (7º período de Ciências Sociais/Niterói) e Bárbara Loubato (7º período de Fonoaudiologia/Friburgo); pelos técnicos, Lígia Martins (coordenadora geral do Sintuff) e Patrícia Santiago (Serviço Social/ Niterói); pelos professores, Renata Vereza (História/ Niterói e presidente da Aduff) e Eblin Farage (Serviço Social/Niterói, ex-presidente da Aduff). 

A reitoria foi representada por Roberto Kant de Lima, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação; por Néliton Ventura, pró-reitor de Administração; por Sérgio Mendonça; pró-reitor de Graduação, além de Túlio e José Rodrigues. O professor Alberto di Sabbato, coordenador de Pessoal Docente, também participou.

A reunião durou pouco mais de uma hora e não avançou em desdobramentos práticos com relação ao processo de negociação com a reitoria ou em torno de pontos das reivindicações da pauta interna.

Assembleia

Os professores da UFF avaliam a greve nesta quinta-feira (2), às 15 horas, na quadra de Educação Física, no Campus do Gragoatá, em Niterói. Os pontos de pauta são 1) Avaliação da Greve; 2) Avaliação da reunião com o Mpog. Sobre a participação na assembleia, o Comando Local de Greve e a Aduff-SSind fazem as seguintes observações:

1) Professores de fora da sede podem solicitar o reembolso da passagem para o deslocamento, mediante a apresentação dos comprovantes.

2) Podem participar docentes sindicalizados ou não. Entretanto, o professor deve levar algum documento que comprove a docência na universidade, como o contracheque, por exemplo, para facilitar o credenciamento.

3) No horário da assembleia, haverá estrutura para recreação de crianças, atendendo aos pais e mães com filhos pequenos. O espaço de ciranda funcionará a partir das 14h, na sede Aduff-SSind (Rua Prof. Lara Vilela, 110, São Domingos – Niterói) e contará com educadoras especializadas em educação infantil.

4) O Comitê de Solidariedade aos Terceirizados estará novamente presente na AG, arrecadando doações para os trabalhadores.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Fotos: Ato na Reitoria e reunião dos comandos de greve da UFF com Comitê Gestor, na quarta-feira (1) – Luiz Fernando Nabuco/Aduff


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