terça-feira, 23 de junho de 2015

Ato pressiona por negociação com aula pública no antigo MEC no Rio


Docentes e estudantes em greve fazem manifestação no Rio enquanto transcorre reunião entre o Andes-SN e o Ministério da Educação em Brasília


Com aulas públicas ministradas ao lado da antiga sede do Ministério da Educação no Rio (MEC), professores e estudantes em greve das universidades federais do Rio promoveram ato público na tarde desta terça-feira (23), no centro da cidade. 

Cerca de 80 manifestantes participaram da manifestação, entre eles docentes em greve da UFF e da UFRJ, que transcorreu concomitantemente à negociação em Brasília entre representantes do Sindicato Nacional (Andes-SN) e do Ministério da Educação. Houve atos em outros estados e na capital federal, todas com os mesmos objetivos: pautar debates da greve e pressionar o governo a negociar de fato as reivindicações da categoria, que luta contra os cortes orçamentários na educação, pela data-base, reposição das perdas e plano de carreira, entre outras reivindicações.

Juventude e os cortes

"Hoje o governo gasta metade do seu orçamento para pagar a dívida pública e onde primeiro se corta é na educação", disse o estudante secundarista Rafael Araujo, da Associação dos Estudantes do Rio de Janeiro (Aerj), na aula em que debateu os motivos para rejeitar a proposta de redução da maioridade penal. "Ninguém discorda que tem que haver punição [ao jovem infrator], mas a questão é como isso será feito", argumentou, observando que não será com a construção de mais prisões que o quadro de violência irá mudar.

O professor de economia da Universidade Federal Fluminense Victor Leonardo, também numa breve aula pública sobre o 'ajuste fiscal', disse que a UFF começou o ano letivo sem ter caneta piloto para dar aula, com terceirizados sem salários e estudantes com bolsas atrasadas por conta das medidas anunciadas como sendo do ‘tal ajuste fiscal', que contestou. 

Afirmou que, na realidade, o que está sendo aplicado não é um ajuste fiscal, mas uma redefinição orçamentária que tem por objetivo assegurar recursos para pagar as despesas financeiras que, disse, cresceram quase 40% nos primeiros quatro meses de 2015 em comparação ao mesmo período do ano passado. "Isso nos motiva a construir o movimento grevista e pensar: tem dinheiro para educação pública sim", disse. "É mentira dizer que não tem dinheiro no orçamento, o que precisa é inverter as prioridades", defendeu.

Até o final da atividade e o fechamento deste texto, o Comando Nacional de Greve e o Andes-SN não haviam divulgado o resultado das negociações em Brasília. Nova manifestação, desta vez com o conjunto do funcionalismo federal, será realizada no Rio na quinta-feira (25), a partir das 17 horas, com concentração na Candelária. Na UFF, antes, acontece a assembleia geral de greve, às 14 horas, na quadra da Educação Física, no Gragoatá, em Niterói.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

foto: Manifestação no Rio, nesta terça-feira (23)
Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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