quarta-feira, 24 de junho de 2015

Respostas do MEC não dialogam com a pauta dos docentes em greve


Fonte: ANDES-SN

Após espera de quase uma hora, diretores do ANDES-SN e representantes do Comando Nacional de Greve dos docentes federais foram recebidos nesta terça-feira (23) pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) para a primeira reunião com representantes do governo, desde o início da greve, em 28 de maio.

Contrariando a expectativa dos professores, de que seria iniciado um processo de negociação efetiva com base na pauta de reivindicações apresentada pelo movimento, as respostas apresentadas pela Sesu/MEC, à carta entregue pelo ANDES-SN no dia 22 de maio não sinalizam nenhuma abertura efetiva de negociação frente à pauta apresentada pelos docentes.


Após duas horas de discussões pontuais e de explicar como o MEC está buscando trabalhar dentro dos corte apresentados pelo governo que afetam diretamente os orçamentos de custeio e capital das Instituições Federais de Ensino, da ordem de 10% e 47% respectivamente, o secretário da Sesu/MEC, Jesualdo Farias, disse que as questões relativas à carreira docente poderiam ser tratadas num grupo de trabalho, a ser pensado depois de 15 de julho, e que em relação à valorização salarial de ativos e aposentados, é necessário aguardar a resposta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog).

Veja aqui a carta entregue pelo ANDES-SN no dia 22 de maio e aqui a resposta recebida nesta terça (23).


Para o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, o documento apresentado pela Sesu/MEC, como sendo uma resposta à pauta do Sindicato Nacional, não reconhece as reivindicações da categoria docente, e ainda aponta para a aprovação do PL 2177/2011, que prevê reforçar a autonomia das universidades via privatização. “Nas questões que são significativas para nós, como a reestruturação carreira e valorização salarial, o documento não traz respostas e sinaliza que esses pontos devam ser tratados ou em um GT, o que já sabemos que não resulta em nada, ou junto ao Ministério do Planejamento”, comentou.

Em relação aos problemas de infraestrutura e condições de trabalho, alguns dos fatores que levou à greve nacional dos docentes federais e que foram aprofundados pelo ajuste fiscal, de acordo com Paulo Rizzo, “o secretário da Sesu admitiu que os cortes existem e disse que o MEC está buscando atuar para minimizar o impacto dos mesmos”, contou. Rizzo ressaltou que diversas IFE já encontram dificuldade de funcionamento por conta da falta de recursos e que essa redução no orçamento deve impactar estruturalmente educação federal.

“Nós consideramos que, o que foi apresentado hoje, não responde à nossa pauta de reivindicações e vai à contramão da mesma, pois aponta que aparentemente está tudo bem. Agora é o momento de intensificar e ampliar a nossa greve. É hora de parar para fazer o governo negociar efetivamente com os professores federais”, ressaltou. O presidente do ANDES-SN disse que o Comando Nacional de Greve se reúne ainda na noite desta terça-feira (23) para avaliar a reunião com a Sesu/MEC e encaminhar um comunicado às Seções Sindicais.

2 comentários:

  1. Eu fiquei com uma dúvida. Nas greves anteriores o sindicato negociava direto com o MPOG ou com o MEC as questões salariais??? Ou o governo está ganhando tempo (o que, infelizmente, é a atitude normal do empregador) ou o sindicato está perdendo tempo!

    ResponderExcluir
  2. Onde está a carta da resposta do Sesu? sumiu o link? foi sem querer?

    ResponderExcluir