terça-feira, 4 de agosto de 2015

É preciso mostrar o ataque do governo à universidade pública, diz docente na praça

Greve na UFF e UFRJ teve atividade conjunta na Praça XV nesta terça-feira (4); ‘bicicletada’ levará reivindicações dos campi fora da sede e do Coluni à reitoria da UFF nesta quarta (5)

Professores e estudantes da UFF da UFRJ levaram a greve às ruas juntos, com panfletagem e manifestação conjunta na Praça XV, ao final da tarde desta terça-feira (4). Cartas explicando os motivos do movimento foram distribuídas à população. Os manifestantes buscaram dialogar com trabalhadores que se dirigiam às barcas.

Docentes destacaram a importância de levar essa luta às praças. “A população precisa saber dos reais motivos da greve dos docentes, sem sensibilizar a população, nós não temos como prosseguir na greve”, disse à reportagem a professora Nazira Camely, do Comando Local de Greve e da Faculdade de Economia da UFF. “Temos que ir sempre para a rua. A greve ocupa a universidade, mas é fundamental que os três segmentos estejam nas ruas, para explicar para a população o que está acontecendo. Quem mais pode defender os serviços públicos é a população que trabalha”, disse.

A docente assinalou ainda que o governo tenta fazer nas universidades o mesmo que fez com que o ensino médio público: derrubou sua qualidade para que as escolas privadas crescessem e dominassem o mercado. O resultado disso, observou, é que a população trabalhadora ficou alijada do acesso a cursos como Medicina e Engenharia porque não consegue disputar com quem estuda nas escolas particulares. 
"A população precisa do Fies para entrar na universidade, mas ela tem que saber que com o dinheiro investido no Fies seria possível dobrar o número de vagas na universidade pública”, disse. 

Professora do CAP da UFRJ, Cristina Miranda também destacou a necessidade de explicar à população as razões da greve. “A sociedade como um todo tem que saber o que está acontecendo nas universidades. O governo tem cortado dinheiro da educação pública e investido no [setor] privado, e isso significa baixar a qualidade e menos educação pública para os trabalhadores”, criticou. “A sociedade tem que entender que está sendo retirado um patrimônio dos trabalhadores, que é a universidade pública, para que se tenha mais dinheiro para investir no setor privado”, disse.

A panfletagem na UFRJ antecedeu a principal atividade da greve na UFF da semana: a manifestação que reunirá docentes, técnicos e estudantes na reitoria nesta quarta-feira (5), a partir das 14 horas. Eles vão levar as demandas dos campi fora da sede e do Colégio Universitário (Coluni) ao reitor. 

Os manifestantes pretendem ir ao protesto de bicicleta, numa referência à foto postada nas redes sociais pelo reitor, Sidney Mello, de férias fora do país, após ficar mais de 60 dias de paralisação sem receber os grevistas. A concentração para a ‘bicicletada’ começa às 13 horas, na praça da Cantareira, em Niterói.


DA REDAÇÃO DA ADUFF
Fotos: panfletagem da greve da UFF e da UFRJ na Praça XV, no centro do Rio, nesta terça-feira (4)
Luiz Fernando Nabuco

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