quarta-feira, 1 de julho de 2015

Comandos de Greve querem que reitor receba movimento grevista no ato de hoje (1) na Reitoria

Comandos dos docentes e técnico-administrativos propuseram ao Comitê Gestor que o reitor receba movimento grevista nesta quarta (1º), durante ato unificado; concentração para manifestações conjuntas de hoje começa às 13h no Antonio Pedro; Aduff vai assegurar creche para pais participarem das atividades 

Os comandos de greve dos docentes e dos técnico-administrativos cobraram do Comitê Gestor que a reitoria da UFF dialogue e negocie com os movimentos grevistas que há quase um mês paralisam as atividades na universidade. Eles atenderam ao convite da reitoria e participaram de uma reunião com o comitê na tarde da terça-feira (30), sem a presença do reitor, Sidney Mello.

Eles propuseram que o reitor receba o movimento paredista para discutir a pauta interna, já protocolada, preferencialmente já nesta quarta-feira (1º), às 14h, quando será realizado um ato público em frente ao prédio da reitoria. Vários ofícios foram enviados à administração central pedindo que o próprio reitor se reúna com docentes, estudantes e técnicos, mas, até hoje o reitor não recebeu o movimento grevista.

Pelo Comando Local de Greve (CLG/docente), estiveram Arley Costa (Psicologia), Juarez Duayer (Arquitetura) e Nazira Camely (Economia); pelo CLG/ técnico-administrativo, Ozimar Rodrigues e Edmilson da Conceição. O Diretório Central dos Estudantes não compareceu. A administração central foi representada por Túlio Franco, pró-reitor de Pessoal, e por Néliton Ventura, pró-reitor de Administração.

Os professores e técnico-administrativos também pedem a extinção do interdito que a reitoria move contra o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF para retornar à Mesa de Negociação permanente proposta pela administração central da universidade. Por isso, a Aduff-SSind, conforme posição de assembleia do dia 16 de abril, e o Sintuff não participaram da reunião convocada pelo Comitê Gestor. Os servidores foram representados pelos seus respectivos comandos de greve.

 De acordo com o Túlio Franco, a reunião tinha o objetivo de avaliar a situação da universidade e reto
mar as negociações entre os três segmentos e reitoria da UFF. Pelo Comitê Gestor, o pró-reitor de Pessoal propôs a adoção de cronograma de reuniões para discutir questões pertinentes às pautas apresentadas pelo movimento grevista e criticou a interdição dos campi do Gragoatá e do Valonguinho. Ele alegou que a administração central não acatou os pedidos para negociar com docentes, estudantes e técnico-administrativos em função dos piquetes, que, para ele, ferem o direito de ir e vir. Boa parte da reunião, que durou pouco mais de 45 minutos, envolveu o debate sobre a interdição dos campi.

Os representantes do CLG/docente explicaram que a Aduff-SSind não manifestou apoio aos piquetes, já que as decisões de assembleia apontam para uma greve de ‘ocupação’ do espaço da universidade. O assunto, que fugia ao controle dos professores, foi discutido em assembleia da categoria, que referendou esse posicionamento. O CLG docente também emitiu nota, em 16 de junho, esclarecendo que a iniciativa não havia sido deliberada na plenária unificada dos três segmentos.

Os representantes dos professores criticaram a insistência da reitoria em justificar o não atendimento aos grevistas em função dos piquetes, afirmando que a posição do movimento foi amplamente publicizada, e que a postura do Comitê Gestor causava desconforto à categoria porque ele se portava como se não houvesse uma decisão dos professores em relação ao tema.

Durante a reunião, representantes do CLG/ técnico-administrativo também registraram igual posicionamento, reiterando que não participaram dos piquetes. Enfatizaram a necessidade de que a reitoria retire o interdito proibitório que move contra o Sintuff. O movimento grevista entende que essa questão os impede a estabelecer um cronograma de negociação com a reitoria e dificulta o diálogo entre a representação dos docentes e a dos técnico-administrativos, na medida em que criminaliza o movimento sindical.  

Túlio Franco disse que o interdito, que é de 2011, está suspenso, mas que não foi extinto. Ele que o Comitê Gestor irá se reunir para debater a solicitação dos Comandos de Greve. Prometeu celeridade em relação à resposta e disse considerar superado o debate que envolve a interdição dos campi da UFF. “Enfrentamos grave momento de conjuntura nacional e temos posicionamento contra o ajuste fiscal e o corte de verbas da Educação. Temos que encontrar nossos pontos de confluência, porque partimos do pressuposto que há questões que podemos flexibilizar”, disse.

O representante da reitoria chegou a dizer que a administração gostaria de incluir duas ou três questões em relação à pauta interna, afirmando também reconhecer a legitimidade do movimento grevista. O pró-reitor de Administração, Néliton Ventura, concordou e disse que, apesar da divergência em relação a alguns pontos, a greve é de toda a universidade, porque todos são servidores da UFF.

A jornada de atividades desta quarta-feira (1º) começa com uma concentração às 13 horas no Hospital Antonio Pedro, onde os manifestantes vão defender a saúde pública e contestar a ameaça da privatização via Ebserh. Em seguida, seguem em passeata até a reitoria. Já às 16 horas, acontece um debate sobre a crise na universidade pública que terá a presença do reitor eleito da UFRJ, Rberto Leher, e da reitora da Unifesp, Soraya Soubhi Smaili.  à noite, haverá 'arraial da greve' e quadrilha. A Aduff-SSind vai assegurar creche, das 15h às 21h, para facilitar a participação de pais de crianças pequenas. Ela funcionará na sede da Aduff, na rua Lara Vilela 110, em São Domingos.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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