Com apoio de docentes, festa julina reuniu mais de 150 pessoas que, além de confraternizar e dançar, ajudaram a arrecadar recursos para manter luta e acampamento estudantil
Sanfoneiro, quadrilha e comidas típicas animaram a noite fria no campus da UFF no Aterrado, em Volta Redonda, na quarta-feira (1º). O “Arraiá da Greve”, organizado por estudantes e apoiado pelos docentes em greve da Universidade Federal Fluminense, alegrou a luta e pôs muita gente para dançar no ritmo da sanfona.
O evento é uma das atividades do Comando de Greve Estudantil, que ocupa o campus do Aterrado há cerca de um mês por assistência estudantil, moradia e bandejão, medidas que, afirmam, são essenciais para combater a evasão elevada que atinge o campus. Entre 150 e 200 pessoas participaram da festa. Mais cedo no mesmo dia, professores e alunos organizaram um Cine-Debate sobre a greve e uma oficina de cartazes.
Os estudantes, que estão acampados há quase um mês no campus do Aterrado, reivindicam políticas efetivas de assistência estudantil e se colocam contra os cortes de verbas da Educação. Na avaliação de membros do Comando de Greve Estudantil, a luta precisa se unificar com todos os docentes, técnicos, alunos e trabalhadores terceirizados dos campi de Volta Redonda para intensificar a luta e pressionar o governo e a Reitoria. “Precisamos do apoio dos professores, que nos apoiaram pra fazer esse Arraiá, e aumentar a adesão dos docentes e estudantes para fortalecer a nossa luta e conseguir arrancar todas as nossas pautas. Precisamos de uma greve unificada pra chamar atenção para os problemas do nosso campus. Sozinhos nós ainda somos pequenos. Dependemos da força dos professores também”, afirmou a estudante de psicologia Alice Tavares.
O Comando de Greve Estudantil também pontuou que é necessário apoiar a luta dos trabalhadores terceirizados, que, segundo eles, é o elo mais fraco da universidade. “Os terceirizados também nos ajudaram bastante com a realização do Arraiá. Eles sempre nos ajudam com qualquer coisa que queiramos fazer. Temos que ter solidariedade a eles sempre, porque eles não têm a quem recorrer, não têm nenhum amparo, e a terceirização na UFF só cresce”, disse Maicon Quintanilha, graduando de Física Computacional.
Professores salientaram a importância destes eventos para que os estudantes possam participar e viver a greve dos docentes e estudantes. “O Arraiá da Greve serve para reflexão do que é a universidade, sobre a formação dos alunos fora dos espaços tradicionais de salas de aula e laboratórios. Garante a ocupação de outros espaços da universidade e traz uma perspectiva de formação política para os estudantes, além do ensino científico de produção e transmissão de conhecimento”, comentou Roberto Preu, professor do Departamento de Psicologia.
O dinheiro arrecadado no evento com a venda das comidas típicas será destinado à manutenção do acampamento estudantil.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Niara Aureliano
Fotos: 'Arraiá da Greve' em Volta Redonda - João Marcos Coelho
Em breve, mais sobre a greve em Volta Redonda.
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