Da redação da Aduff-SSind, por Lara Abib / Foto: Luiz Fernando Nabuco
|
Reunidos em uma das maiores assembleias da história recente da categoria, os professores da UFF votaram pela manutenção e ampliação da greve docente na instituição federal de ensino. Foram 217 votos a favor da manutenção contra 168 pelo encerramento da greve. Um professor se absteve. A avaliação da maioria dos presentes é que este é o momento de fortalecer o movimento grevista internamente e nacionalmente, forçando o governo federal a abrir as negociações. Até agora, mesmo com 25 seções sindicais em greve, o governo não abriu negociação ou apresentou qualquer proposta à categoria.
Também não
faltaram críticas ao ajuste fiscal e nem exemplos de como o corte de 9,5
bilhões na Educação afetam, concretamente, a universidade. Os docentes
favoráveis à greve ressaltaram que o corte no orçamento, que na UFF chega a
R$20 milhões, inviabiliza a continuação dos trabalhos e dos estudos na
instituição. A despeito da greve, se a redução do orçamento da federal for
mantida, a universidade irá parar, afirmaram.
Enquanto ocorria uma das maiores assembleias de professores na história recente da UFF, a direção da Escola de Engenharia divulgou um comunicado na sua página do Facebook (veja aqui) afirmando que "se encontra hoje em sérias dificuldades para mantermos nossa Unidade aberta e funcionando minimamente”, devido à falta de materiais básicos como papel para provas e xerox, lâmpadas para projetores e datashow, materiais de limpeza, incluindo papel sanitário, entre outros. Essa situação é vivenciada em toda universidade. O ajuste fiscal retirou os já insuficientes recursos que garantiam a continuidade dos serviços. A greve, defenderam os docentes, é para manter a UFF funcionando. Vale ressaltar ainda que os trabalhadores terceirizados da instituição estão novamente com os salários atrasados.
Enquanto ocorria uma das maiores assembleias de professores na história recente da UFF, a direção da Escola de Engenharia divulgou um comunicado na sua página do Facebook (veja aqui) afirmando que "se encontra hoje em sérias dificuldades para mantermos nossa Unidade aberta e funcionando minimamente”, devido à falta de materiais básicos como papel para provas e xerox, lâmpadas para projetores e datashow, materiais de limpeza, incluindo papel sanitário, entre outros. Essa situação é vivenciada em toda universidade. O ajuste fiscal retirou os já insuficientes recursos que garantiam a continuidade dos serviços. A greve, defenderam os docentes, é para manter a UFF funcionando. Vale ressaltar ainda que os trabalhadores terceirizados da instituição estão novamente com os salários atrasados.
Mais de 400 professores participaram
de assembleia histórica
Realizada no
dia 9 de junho e marcada para acontecer no auditório da Faculdade de Economia,
no Gragoatá, a assembleia teve que ser realocada para o pilotis do Bloco E
devido ao grande número de professores – mais de 423 docentes assinaram o livro
de presença. O auditório reservado, um dos maiores da universidade, não
comportava todos os presentes. A próxima assembleia geral da categoria será
realizada no dia 17 de junho (quarta-feira). Horário e local ainda serão
definidos, mas o Comando Local de Greve (CLG) docente já antecipou, durante a
assembleia, que irá solicitar à administração central da Universidade que a
próxima reunião da categoria seja realizada no Cine Arte UFF.
“Se a greve
tem uma vitória, é a vitória de termos 400 professores aqui saindo do seu lugar de conforto”, afirmou a presidente da Aduff-SSind, Renata Vereza, no decorrer da
assembleia. O caráter mobilizador do movimento grevista e seu papel de impulsionar
o debate foram ressaltados por vários professores, que afirmaram que sem a
greve, um espaço de debate tão relevante em termos numéricos e representativos não
teria acontecido.
Dessa forma,
o CLG docente entende que é papel da administração central da universidade
garantir que a próxima assembleia dos professores seja realizada num espaço maior,
confortável e salubre, a fim de garantir a participação de toda a categoria.
Tem dinheiro para o agronegócio, mas
não tem para a Educação!
Já o
professor do curso de História, Marcelo Badaró, ressaltou que embora haja
discordâncias com a greve, a assembleia é o “espaço de quem se importa com a
Universidade”. Ele criticou a destinação de mais verbas para o Fies (programa
do MEC que financia a graduação na educação superior privada), enquanto as
instituições públicas de ensino sofrem contingenciamento. Na segunda, dia 08, o
ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou, em sua página no
Facebook, que haverá uma segunda edição do programa neste ano. “O corte no
orçamento é seletivo; não é para o agronegócio, não é para o Fies, é para gente”,
referindo-se também ao aumento de 20% anunciado pelo governo nos recursos
destinados ao agronegócio para a safra 2015/2016.
Em resposta aos que argumentam que a greve docente atrapalha a população, a professora da Faculdade de Educação, Kênia Miranda, foi enfática. “Eu fui formada por essa universidade, eu fui formada pela escola pública. O que eu devo ao povo brasileiro é não deixar que elas sejam sucateadas, privatizadas e, por fim, acabem”.
Outras deliberações
A assembleia
também deliberou pela construção de atos públicos simultâneos, em Niterói e nas
unidades fora da sede, no dia 11 de junho (quinta-feira). Em Niterói, o ato
culminará com a ida à reitoria para a reapresentação e entrega da pauta interna
dos docentes aos gestores da Universidade. Os pontos da pauta foram aprovados
na assembleia geral do dia 1 de junho. A
categoria, reunida em seu principal espaço deliberativo, também exigiu que a
administração da UFF mantenha o acordo firmado e realize a reunião de
negociação entre a reitoria e os comandos de greve dos três segmentos,
desmarcada sob falsas justificativas. Deliberou, por fim, pela construção de um
calendário de atividades de greve dentro do espaço da universidade, ampliando o
esclarecimento e a mobilização em torno das pautas do movimento.
Notinha: Roberto Salles, ex-reitor da UFF e
atual secretário municipal de Niterói, participou da assembleia e votou,
adivinhem, pelo fim da greve docente na universidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário