quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Em dia nacional de protestos, servidores públicos e movimentos sociais realizam ato em Brasília contra cortes e ajuste fiscal

Crédito: MTST
No Rio, MTST ocupou Hall do prédio do Ministério da Fazenda, onde promove ato

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A manhã desta quarta-feira (23) foi marcada pelos protestos dos servidores públicos federais e dos movimentos sociais – em Brasília e nos estados - contra o novo pacote de cortes do governo federal, anunciado como parte do ‘ajuste fiscal’. No início do dia, integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) chegaram a ocupar o saguão do prédio do Ministério da Fazenda, na capital federal, mas logo depois foram expulsos por grande aparato policial, que utilizou gás lacrimogênico e spray de pimenta para dispersar os manifestantes. A polícia militar cercou o prédio, mas os servidores públicos federais e o MTST continuam em frente ao Ministério da Fazenda, em ato.

A presidência da República fez contato com a direção do MTST propondo-se a receber lideranças do movimento. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto reivindica que representantes do Fórum dos Servidores Públicos Federais também sejam recebidos pelo governo.

“A única coisa que pode garantir a reversão dos cortes é a unidade dos trabalhadores. Por isso é fundamental os atos nacionais promovidos pelo MTST em conjunto com os servidores públicos federais”, ressalta Eblin Farage, professora da UFF que integra o Comando Local de Greve dos docentes na universidade e está em Brasília, junto com mais 26 professores da Universidade Federal Fluminense. A participação nos atos de hoje foi aprovada em reunião do CLG docente da UFF.

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) em conjunto com os educadores da reforma agrária também ocupam a sede do Ministério da Educação.

Ocupação nos estados
Crédito: Márcio Malta

Além do ato nacional, em Brasília, o MTST também promove um dia de ocupação das sedes do Ministério da Fazenda nos estados. Estão ocupadas as representações do Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.

No Rio, com o mote “se esse governo só vai na pressão, os sem-teto vieram aqui comer feijão”, integrantes do movimento ocuparam o hall do Ministério da Fazenda (na Av. Antônio Carlos) e estão organizando uma grande feijoada. Também estão presentes no ato o Comando Local de Greve docente da UFF, professores da UFRJ e estudantes das duas universidades. Integrantes do MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados) também estão chegando ao local, em passeata. À tarde, os manifestantes desocupam o Ministério da Fazendo e saem às ruas, em protesto. “O ato consiste em tentar pressionar o governo e mostrar que o ajuste fiscal só está tirando de setores populares”, explica o professor da UFF e integrante do CLG docente, Márcio Malta.

“Mais uma vez repudiamos as soluções adotadas pelo Governo Federal que joga o custo da crise nas costas dos trabalhadores mais pobres e dos servidores públicos. Desta vez foi anunciado o corte de mais R$26 bilhões no Orçamento. Os principais cortes referem-se ao congelamento no salário de servidores e ao financiamento do Minha Casa Minha Vida, além de R$3,8 bilhões na saúde”, diz a nota intitulada “Por que estamos ocupando as sedes do Ministério da Fazenda em todo país?”, divulgada na manhã desta quarta pelo MTST. Para ler o documento na íntegra, clique aqui

Um comentário:

  1. Só gostaria de saber como será resolvido o calendário para os calouros. Em um dos posts passados foi comentado sobre a aceitação de calouros no primeiro semestre de 2016 - participar da primeira edição do SiSU em 2016 -, ou seja, o plano da universidade são fundir as duas turmas (2.15 e 1.16)? Enfiar 200 alunos de medicina em um laboratório de anatomia ou montar salas imensas para acadêmicos de engenharia? Existe corpo docente para corrigir o dobro de provas, trabalhos e redações das turmas de letras?
    O bom senso está sendo fortemente agredido, o calendário do segundo semestre deve ser montado e iniciado imediatamente, caso contrario, as turmas do segundo semestre de 2015 irão colidir com a do primeiro semestre de 2016.
    A universidade terá coerência e responsabilidade, no caso disso acontecer, em não participar da primeira edição do SiSU do ano que vem para não prejudicar os alunos (falemos a verdade, já estão prejudicando) que foram aprovados na segunda edição do SiSU de 2015? Entretanto, se optar por esse caminho, qual a responsabilidade que a universidade pública da amada Pátria Educadora está mostrando para os terceiros anistas e cidadãos no cursinho que estudaram tanto para alcançar uma vaga na grandiosa UFF, e descobrir que ela não abriu vagas nesse período?
    Em minha visão, a greve deve existir, mostrar a insatisfação e a realidade em que passamos, afinal o dinheiro não é do governo ou do partido (qualquer um deles), mas sim do povo e para o povo. No entanto, o que os docentes estão fazendo agora não é greve, eles estão construindo um beco sem saída, depredando a qualidade de formação da UFF, sucateando (junto com o governo) essa universidade.
    A única maneira, que posso pensar nesse momento (caso alguém tenha soluções melhores, favor responder esse comentário, pois minhas profundas reflexões não me levaram mais longe e meu coração está cada vez mais aflito, ansiando por uma solução mais real e viável) para não prejudicar a formação dos calouros do segundo semestre de 2015, oferecer o que eles esperam da UFF e sobre a qual eles depositaram a confiança e esperança ao selecionar no SiSU essa universidade, é terminar a greve no dia 29, para eles começarem as aulas esse ano, possibilitando a formação de qualidade que a UFF deverá oferecer e possibilitando, também, a participação - sem demais problemas - no SiSU 2016, primeira edição.
    Momentos mais oportunos existirão para que a greve volte com força e, mais importante, um propósito, com planejamento. Posso citar agosto de 2016, ao final dos "congelamentos" e reajustes.
    Peço aos docentes que deem, a partir de já, um exemplo de sabedoria para os calouros, ansiosos e sedentos para estudar, mostrem a eles que não são "baderneiros" (como o querido reitor apelidou carinhosamente o movimento), mostrem a eles a inteligência de quem deveriam possuir as maiores e melhores mentes - a elite intelectual desse país. Por fim, mostrem coragem, coragem para dizer que nem tudo foi alcançado e que as pequenas vitórias não tiveram os gostos que esperávamos, mas que agora é momento de ser responsável, abaixar as armas, e voltar a educar todos aqueles que tiveram o prestígio de ser qualificado para os cursos da UFF; não desistir, mas dar o exemplo que todo acadêmico gostaria de ter dos professores mentores. Lembrar com agradáveis memórias depois de formados que aqueles são os homens o qual aquele um dia acadêmico busca ser, um homem sereno, responsável, inteligente, sábio e corajoso.
    Pois não estamos aqui apenas para formar profissionais, mas também para formar cidadãos.

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