quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Servidores bloqueiam todos acessos ao Ministério do Planejamento

Categorias em greve exigem que o governo reveja sua política inflexível nas negociações; Andes-SN e movimento grevista da UFF participam do protesto desta quinta (27)

Servidores públicos federais em greve bloqueiam, desde as 5h45 da manhã desta quinta-feira (27), todos os acessos ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog), em Brasília. Os manifestantes exigem que o governo dialogue e abandone sua posição inflexível nas mesas de negociação.

Organizam o protesto servidores da área de educação e de outros segmentos do funcionalismo. Docentes das instituições federais de ensino superior, incluindo integrantes do Comando Nacional de Greve do Andes-SN, participam da atividade, que cercou as entradas do bloco c do Planejamento, próximo à Catedral, na Esplanada dos Ministérios. Representantes da comunidade acadêmica da Universidade Federal Fluminense também integram a atividade. Está previsto para esta quinta uma nova marcha nacional do funcionalismo em Brasília.

As negociações não têm avançado porque o governo argumenta que é preciso cortar recursos do orçamento dos serviços públicos para fazer o ‘ajuste fiscal. A economia é utilizada para pagar juros das dívidas públicas ao mercado financeiro – em geral grandes bancos, setor, aliás, que vem dando declarações favoráveis ao governo Dilma. 

Até o momento o Ministério do Planejamento não marcou novas reuniões, nas quais, segundo anunciara, pretendia apresentar o que seria a ‘proposta final’ para os servidores. Segundo a Condsef, confederação que agrega setores ligados a boa parte dos ministérios e a áreas como Cultura e Meio-Ambiente, o Planejamento enviou documento à entidade, na quarta-feira (26), no qual mantém a proposta já recusada de fixação prévia dos índices de reajuste nos próximos quatro anos. 

O percentual inicial, em janeiro, seria de 5,5%, com parcelas regressivas até janeiro de 2019, totalizando, no acumulado no período, 21,3%. A inflação prevista só para 2015 é de cerca de 10%, mas é ignorada na contraproposta.

Já o ministro da Educação, Renato Janine, vem se recusando a se reunir com os comandos de greve da área. Também trata a crise financeira das universidades, provavelmente a maior da história dessas instituições, como algo secundário.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Fotos: Planejamento cercado em Brasília, na manhã desta quinta-feira (27)
Crédito: Valcir Araujo

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