Solidariedade à greve e realização de doisdias de manifestações nacionais em defesa da educação pública são aprovados no Conselho do Andes-SN, em Vitória
Solidariedade às greves dos docentes das universidades e realização de manifestações nacionais no final do mês em defesa da educação pública. Essas foram duas das resoluções aprovadas no 60º Conad, o Conselho do Sindicato Nacional da categoria (Andes-SN), realizado em Vitória, de 13 a 16 de agosto, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ubes).
Os participantes debateram a greve nas universidades federais de ensino e destacaram a importância dela para a educação no país – as questões do corte de recursos e do modelo de universidade não se restringem às federais, disseram, mas ao conjunto das instituições públicas de ensino. Os docentes também reafirmaram a aliança com os demais servidores públicos federais na greve nacional e nas atividades conjuntas.
A plenária que atualizou o plano de lutas dos setores – em relação ao que fora definido no 34º Congresso do Andes-SN –, aprovou a realização de manifestações nacionais, nos estados e em Brasília, nos dias 27 e 28 de agosto em defesa da educação pública. Entidades de outros segmentos dos serviços públicos e de outros setores serão convidados a participar.
Ampliar o apoio
O professor Elson Moura relatou aspectos da greve vitoriosa de 84 dias na Universidade Estadual da Bahia (Ueba), disse que agora era hora de “reverberar” os esforços para a greve das universidades federais e, ao final, resumiu a importância das mobilizações em uma frase: “Só a luta muda a vida”, disse.
A professora Kate Paiva, da Universidade Federal Fluminense e da delegação da Aduff-SSind, ressaltou a importância de a greve acontecer em meio a uma conjuntura difícil e de tantos ataques e que esse caráter de resistência deve ser valorizado. “Precisamos ampliar e fortalecer mais a greve, é esse o instrumento que a gente tem para enfrentar o governo, que nega a existência [dos problemas] da educação”, disse.
Como exemplos da precarização, mencionou o refeitório do Colégio Universitário da UFF (Coluni), onde se é obrigado a conviver com pombos porque a obra que estava em andamento está paralisada. Citou ainda os contêineres nos quais os professores do campus de Angra dos Reis têm que dar aulas e de onde agora, diante dos cortes orçamentários, corre o risco de ser despejados. Todos, afirmou, problemas negados pelo Ministério da Educação, que tem um ministro que se esconde e se recusa a conversar com a comunidade acadêmica.
Unidade com técnicos e estudantes
O professor Márcio de Oliveira, da delegação da Associação de Docentes de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), ressaltou que a greve não é só dos federais. “A greve é dos professores das universidades. O que se está discutindo nesse momento vai reverberar para todo [o Brasil]”, disse. Ele conclamou, ainda, que quem não está parado entre na greve e que os docentes das universidades estaduais apoiem o movimento.
Para Marina Barbosa, da Universidade Federal de Juiz de Fora, a greve questiona um projeto oficial de educação, voltado para o mercado, e deve ser fortalecida num momento que pode ser decisivo. Ela defendeu mais atividades conjuntas entre docentes, técnicos e estudantes e ressaltou ainda a necessidade de assegurar representantes de todas as seções paralisadas no Comando Nacional de Greve.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho, enviado a Vitória (ES)
foto: Plenária do Conad, que aprovou solidariedade e apoio à greve dos servidores federais
crédito: Andes-SN
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