quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Greve na UFF: estudantes e professores panfletam no CCBB



Estudantes e professores da Universidade Federal Fluminense estiveram na noite de ontem (19), em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil, panfletando para as pessoas que aguardavam na fila para assistir a exposição “Picasso e a Modernidade Espanhola”. Divulgaram as razões pelas quais técnico-administrativos, docentes e discentes estão em greve desde o dia 28 de maio, criticando a política de ‘ajuste fiscal’ do governo, que contingenciou R$10 bilhões de recursos para a Educação pública. O corte nas verbas levou à paralisação de obras em diversos campi da instituição, ao atraso no pagamento de salários dos trabalhadores terceirizados, e das contas de luz e de telefone – situações que já inviabilizam o pleno funcionamento da universidade. 

Nas unidades da UFF fora de sede, a situação é ainda mais difícil. Estudantes, professores e técnicos afirmam ser tratados como “Universidade de terceira classe”, ou ainda, como “colônia” de Niterói. Para citar exemplos, em Rio das Ostras e em Campos dos Goytacazes, os professores ministram suas aulas em contêineres; em Angra dos Reis, a comunidade carece de um prédio adequado, com laboratórios, biblioteca e salas de aula que comportem o seu crescimento; Nova Friburgo, Macaé, Santo Antônio de Pádua e Volta Redonda também pedem mais investimento em políticas de assistência estudantil (bolsas, bandejão e moradia), a realização de concursos para técnico-administrativos e docentes, e condições dignas de trabalho. 

Durante a greve em curso, professores do Colégio Técnico Geraldo Reis – Coluni também denunciaram várias dificuldades cotidianas. As obras do refeitório não estão concluídas, porque carecem de adequações em relação à parte elétrica. Enquanto não terminam, os estudantes se alimentam na quadra – local inadequado para as refeições, já que os pombos circulam pelo ambiente, a despeito da tela de proteção instalada.  Além disso, reivindicam a realização de novos concursos públicos para o Colégio Técnico e a Creche da UFF, já que boa parte do quadro profissional é composta por docentes contratados, de forma precarizada, por bolsas pagas pela Fundação Euclides da Cunha. Eles levam cerca de três meses para receber o primeiro salário, não contam com direitos trabalhistas e não estão à vontade para reivindicar melhores condições de trabalho porque têm medo do cancelamento de seus contratos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário