Estudantes e professores da Universidade
Federal Fluminense estiveram na noite de ontem (19), em frente ao Centro
Cultural Banco do Brasil, panfletando para as pessoas que aguardavam na fila
para assistir a exposição “Picasso e a Modernidade Espanhola”. Divulgaram as
razões pelas quais técnico-administrativos, docentes e discentes estão em greve
desde o dia 28 de maio, criticando a política de ‘ajuste fiscal’ do governo,
que contingenciou R$10 bilhões de recursos para a Educação pública. O corte nas
verbas levou à paralisação de obras em diversos campi da instituição, ao atraso
no pagamento de salários dos trabalhadores terceirizados, e das contas de luz e
de telefone – situações que já inviabilizam o pleno funcionamento da
universidade.
Nas unidades da UFF fora de sede, a
situação é ainda mais difícil. Estudantes, professores e técnicos afirmam ser
tratados como “Universidade de terceira classe”, ou ainda, como “colônia” de
Niterói. Para citar exemplos, em Rio das Ostras e em Campos dos Goytacazes, os
professores ministram suas aulas em contêineres; em Angra dos Reis, a
comunidade carece
de um prédio adequado, com laboratórios, biblioteca e salas de aula que
comportem o seu crescimento; Nova Friburgo, Macaé, Santo Antônio de Pádua e
Volta Redonda também pedem mais investimento em políticas de assistência estudantil
(bolsas, bandejão e moradia), a realização de concursos para
técnico-administrativos e docentes, e condições dignas de trabalho.
Durante
a greve em curso, professores do Colégio Técnico Geraldo Reis – Coluni também denunciaram
várias dificuldades cotidianas. As obras do refeitório não estão concluídas,
porque carecem de adequações em relação à parte elétrica. Enquanto não
terminam, os estudantes se alimentam na quadra – local inadequado para as
refeições, já que os pombos circulam pelo ambiente, a despeito da tela de
proteção instalada. Além disso, reivindicam
a realização de novos concursos públicos para o Colégio Técnico e a Creche da
UFF, já que boa parte do quadro profissional é composta por docentes contratados,
de forma precarizada, por bolsas pagas pela Fundação Euclides da Cunha. Eles
levam cerca de três meses para receber o primeiro salário, não contam com
direitos trabalhistas e não estão à vontade para reivindicar melhores condições
de trabalho porque têm medo do cancelamento de seus contratos.
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