quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Após cerco ao ministério, Planejamento recebe servidores

Em dia de nova marcha do funcionalismo a Brasília, governo recebe servidores, que pressionam por avanços nas negociações

Após as primeiras cinco horas de bloqueio de todos os acessos ao Ministério do Planejamento, em Brasília, o governo aceitou receber representantes do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais para dar prosseguimento às negociações. A reunião com o secretário de Relações do Trabalho da pasta, Sérgio Mendonça, começou pouco depois das dez horas e havia tipo uma pausa a pedido dos dirigentes sindicais. O Planejamento prosseguia literalmente trancado.

Os manifestantes exigem que o governo dialogue e abandone sua posição inflexível nas mesas de negociação. Organizam o protesto servidores da área de educação e de vários outros segmentos do funcionalismo. Docentes das instituições federais de ensino superior, incluindo integrantes do Comando Nacional de Greve do Andes-SN, participam da atividade. 

Professores, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal Fluminense estão no protesto. Todas as entradas do bloco c do Planejamento, próximo à Catedral, na Esplanada dos Ministérios, foram cercadas desde as 5h45min. A reunião está sendo realizada em outro local. Ainda nesta quinta-feira acontece nova marcha do funcionalismo público federal em Brasília. Caravanas de todas as regiões do pais se deslocaram para a capital da República. 

As negociações não têm avançado porque o governo argumenta que é preciso cortar recursos do orçamento dos serviços públicos para fazer o ‘ajuste fiscal. A economia é utilizada para pagar juros das dívidas públicas ao mercado financeiro – em geral grandes bancos, setor, aliás, que vem dando declarações favoráveis ao governo Dilma. 

O Ministério do Planejamento não havia marcado novas reunião, nas quais, segundo anunciara, pretendia apresentar o que seria a ‘proposta final’ do governo. Segundo a Condsef, confederação que agrega setores ligados a boa parte dos ministérios e a áreas como Cultura e Meio-Ambiente, o Planejamento enviou documento à entidade, na quarta-feira (26), no qual mantém a proposta já recusada de fixação prévia dos índices de reajuste nos próximos quatro anos. 

O percentual inicial, em janeiro, seria de 5,5%, com parcelas regressivas até janeiro de 2019, totalizando, no acumulado no período, 21,3%. A inflação prevista só para 2015 é de cerca de 10%, mas é ignorada na contraproposta.

Já o ministro da Educação, Renato Janine, vem se recusando a se reunir com os comandos de greve da área. Também trata a crise financeira das universidades, provavelmente a maior da história dessas instituições, como algo secundário.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Fotos: Manifestação e reunião em Brasília, na manhã desta quinta-feira (27)
Crédito: Valcir Araujo





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