DA REDAÇÃO DA ADUFF
Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind
Mais um encontro interessante, em decorrência da greve na UFF, aconteceu no início da tarde dessa quarta (19), reunindo cerca de quarenta pessoas, entre professores e estudantes, no campus do Valonguinho. O docente Victor Leonardo Araújo, da Faculdade de Economia, esteve no Instituto Biomédico para apresentar o seminário “Ajuste Fiscal: uma abordagem crítica”, atendendo ao convite dos Programas de Pós-Graduação em Neurociências e de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas - Fisiologia e Farmacologia.
De acordo com o palestrante, o que o governo tem chamado de ajuste fiscal não é, de fato, um ajuste. "É uma forma de diminuir no orçamento as despesas não financeiras (custeio, investimento) para acomodar as despesas financeiras (destinadas à apropriação de juros) que continuam crescendo", explicou. O professor informou que as despesas financeiras cresceram quase 74% no primeiro semestre desse ano, já descontada a inflação do período.
Segundo Victor, para enfrentar a crise econômica mundial, o governo tem aplicado o "remédio errado", que leva ao cenário de recessão, que tende a se prolongar. O especialista revelou que a queda no superávit primário brasileiro - propalada no início do segundo mandato de Dilma como o principal argumento para a adoção da política de "ajuste fiscal" - não foi ocasionada pelo descontrole nos gastos públicos. "Não houve gastança", disse, apresentando dados no datashow. Para ele, desonerações fiscais e política de juros ajudam a explicar a desaceleração da economia. "O 'ajuste fiscal' do governo federal é uma opção política", avalia.
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