quinta-feira, 23 de julho de 2015

Pressionado pela greve, CEP adia início do segundo semestre na UFF

           


DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind.

Uma semana após nova manifestação de professores, estudantes e técnico-administrativos em greve pela suspensão do calendário acadêmico na UFF, a sessão extraordinária do Conselho de Ensino e Pesquisa - CEP, realizada nessa quarta-feira (22) e presidida pelo vice-reitor Antônio Claudio Lucas da Nóbrega, deliberou por adiar o início do segundo semestre letivo na instituição até que a greve termine. O sistema acadêmico para o lançamento das notas 1/2015 e dos quadros de horários das disciplinas de 2/2015 permanecerá aberto até o final do movimento grevista na universidade.  Também aprovou que a UFF irá garantir: a colação de grau dos formandos de 1/2015; as novas matrículas dos candidatos já convocados e dos que ainda serão selecionados e que se encontram em lista de espera no processo SISU 2/2015; a abertura de um período,  após o fim da greve, para trancamento de matrícula e cancelamento de disciplinas. 

As propostas acima foram encaminhadas pela reitoria da Universidade, que, em nota publicada no sítio da instituição no dia 20 de julho, admitiu que, ao final do primeiro semestre, obteve “um índice muito baixo de notas lançadas no sistema Iduff, o que compromete, do ponto de vista prático, o início do período letivo do segundo semestre de 2015”. O informe da reitoria, intitulado “Responsabilidade frente ao momento atual: a UFF e o Calendário Escolar”, ainda afirma que, principalmente nos campi fora da sede, a adesão à greve é forte e que “diversas Unidades Acadêmicas, de forma colegiada, decidiram interromper as aulas de graduação ou não lançar no sistema as notas das disciplinas concluídas no primeiro semestre”. Por fim, reconhece que “é evidente a diversidade de situações de estudantes e professores dos diferentes cursos em relação à greve” – argumento já apresentado por integrantes do Comando Local de Greve, inclusive em reuniões anteriores do CEP, para reivindicar a suspensão do calendário na Universidade.

Comissão para elaborar calendário de reposição das aulas 

A mesma reunião do CEP deliberou ainda pela constituição de uma comissão para elaborar a proposta de reposição de aulas após o término da greve. De acordo com o regimento do Conselho, a comissão é constituída por cinco membros, sendo quatro professores e um estudante. Interpelado pelo conselheiro discente, Luan Cândido, que argumentou sobre a necessidade de representação dos três segmentos da Universidade na comissão, o vice-reitor Antônio Claudio afirmou ser possível que o Conselho de Ensino e Pesquisa disponha para que a referida comissão ausculte obrigatoriamente os diferentes setores, incluindo os comandos de greve. Lembrou ainda que a proposta de calendário elaborada pela comissão será submetida ao CEP e que, de acordo com o estatuto da universidade, é a instância que delibera, de fato, sobre o assunto. 

“Defendemos a suspensão do calendário para assegurar o direito dos estudantes, que, são nossos aliados e que não podem ser prejudicados durante a greve. Ao final desse processo, faremos uma avaliação de todo esse período paralisado, e vamos indicar a reposição de aulas, que não pode ser feita de qualquer jeito, mas sim de forma integral e com qualidade – presencial e reflexiva, contemplando ensino, pesquisa e extensão”, disse a professora Sonia Lucio Rodrigues de Lima, da Escola de Serviço Social e diretora da Aduff-SSind. “Entendemos que o que aconteceu nessa sessão extraordinária do CEP foi resultado da pressão do movimento grevista, que, há 50 dias, faz um esforço para que a reitoria e os conselhos superiores não se furtem de sua responsabilidade, que é também debater a real situação da universidade, negociar a pauta da greve e suspender o calendário”, conclui Sônia. 


A mesma avaliação foi feita por Ceila Maria Ferreira, docente do curso de Letras. Entretanto, ela alerta que é preciso seguir adiante. “Ainda há muito que ser colocado, principalmente em relação às bolsas PIBIC, de aperfeiçoamento acadêmico, a questão da pós-graduação. No entanto, é uma vitória e um reconhecimento acerca da legitimidade da greve”, disse. 


Veja mais sobre a sessão extraordinária do CEP 
na próxima edição do jornal da Aduff-SSind, que circula amanhã. 

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