segunda-feira, 20 de julho de 2015

Após pressão da comunidade acadêmica e da greve, reitoria propõe adiar 2º semestre

Reitoria reconhece movimento grevista e diz que levará ao CEP proposta de manter sistema de lançamento de notas aberto, adiar o início do segundo semestre e garantir reposição de aulas após o fim da paralisação


A reitoria da UFF divulgou texto em que diz que levará ao Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP) proposta de manter aberto o sistema acadêmico de lançamento de notas do primeiro semestre de 2015 e adiar o início do segundo semestre, que só começaria após o término da greve. 

A nota foi postada no portal da universidade na internet nesta segunda-feira (20), cinco dias após estudantes, professores e técnico-administrativos solicitarem a garantia de reposição das aulas após o fim da greve e a suspensão do calendário escolar. O Comando Local de Greve docente esteve na reunião e levou a posição, neste sentido, aprovada na última assembleia geral da categoria. “Hoje não podemos deixar de analisar a realidade que se impõe à conclusão do período letivo. Chegamos ao fim do primeiro semestre com um índice muito baixo de notas lançadas no sistema”, diz trecho da nota.

Conselheiros do CUV (Conselho Universitário) também assinaram documento no qual solicitam a convocação de uma sessão extraordinária com o objetivo de debater a situação do calendário. Na quarta-feira (15), docentes em greve estiveram na reunião dos diretores de unidades, no Valonguinho, na qual conclamaram os presentes a apoiar a reivindicação.  No mesmo dia, à tarde, estudantes, professores e técnico-administrativos foram à reunião do CEP para solicitar a suspensão do calendário e medidas que assegurem a reposição das aulas após o término do movimento paredista, do qual participam os três segmentos.

A nota assinada pelo reitor, Sidney Mello, e pelo vice, Antonio Claudio da Nóbrega, também propõe que seja garantida a colação de grau dos formando do primeiro semestre de 2015; as novas matrículas dos candidatos já convocados e dos que ainda serão selecionados e que se encontram em lista de espera no processo Sisu 2/2015; a abertura de um período, após o fim da greve, para trancamento de matrícula e cancelamento de disciplinas; e constituir uma comissão para elaborar proposta de reposição de aulas após o término da greve.


Veja, abaixo, a íntegra da nota da reitoria: 

“Responsabilidade frente ao momento atual: a UFF e o calendário escolar”

“O sistema federal de ensino superior cresceu enormemente nos últimos sete anos. A UFF, em particular, duplicou seu número de vagas e cursos em Niterói e em diferentes Campi de Expansão no Estado do Rio de Janeiro, tornando-se uma Universidade mais inclusiva e fortalecida academicamente.
No entanto, já no fim de 2014 e no início de 2015, todo sistema federal de ensino tem sido marcado por fortes restrições orçamentárias e por limitações em repasses financeiros para a execução de serviços e obras. Mais recentemente, também foram anunciados cortes drásticos na verba de custeio dos programas de pós-graduação.
Mesmo com todas essas dificuldades, a UFF iniciou suas aulas na data prevista em calendário e vem cumprido sua responsabilidade institucional e social com a formação qualificada de estudantes, pesquisa de alto nível e  extensão universitária de excelência.
Recentemente o CEP decidiu manter o calendário escolar do primeiro semestre de 2015 e todos os Campi estão abertos à comunidade. As empresas prestadoras de serviço vêm sendo pagas com imenso esforço institucional e os recursos para as obras em andamento estão sendo motivo de negociação direta com o MEC.
A UFF segue em frente com firmeza, assumindo de forma responsável seu crescimento mesmo neste período adverso, com foco na consolidação sustentável da maior expansão de uma universidade federal no Brasil. Nossa missão é, justamente, a de mostrar a importância da universidade aberta para a sociedade, produzindo conhecimento e diplomando profissionais éticos e competentes.
A administração central da UFF atua hoje junto ao MEC e na Andifes, visando a garantia plena do seu orçamento e dos recursos para todo o sistema de educação. O ajuste fiscal e a diminuição na arrecadação do governo federal não podem comprometer os avanços alcançados em pesquisa, ensino e extensão no país.
Hoje não podemos deixar de analisar a realidade que se impõe à conclusão do período letivo. Chegamos ao fim do primeiro semestre com um índice muito baixo de notas lançadas no sistema Iduff, o que compromete, do ponto de vista prático, o início do período letivo do segundo semestre de 2015. Alguns Campi fora de sede estão com suas atividades paralisadas e diversas Unidades Acadêmicas, de forma colegiada, decidiram interromper as aulas de graduação ou não lançar no sistema as notas das disciplinas concluídas no primeiro semestre.
É evidente a diversidade de situações de estudantes e professores dos diferentes cursos em relação à greve.
Em todos os sentidos, os fatos indicam a necessidade de propor a prorrogação do calendário referente ao primeiro semestre, e o consequente adiamento do início do segundo semestre de 2015, de forma a não prejudicar nenhum coletivo da comunidade universitária.
Deste modo, a Reitoria encaminhará uma proposta ao CEP com os seguintes itens:
- Manter aberto o sistema acadêmico para o lançamento das notas de 1/2015 e dos quadros de horários das disciplinas de 2/2015 e, consequentemente, adiar o início do semestre letivo 2/2015 até o fim da greve;
- Garantir a colação de grau dos formandos de 1/2015;
- Garantir as novas matrículas dos candidatos já convocados e dos que ainda serão selecionados e que se encontram em lista de espera no processo SISU 2/2015;
- Garantir a abertura de um período, após o fim da greve, para trancamento de matrícula e cancelamento de disciplinas;
- Constituir uma comissão para elaborar proposta de reposição de aulas após o término da greve.”

Sidney Luiz de Matos Mello - Reitor
Antonio Claudio Lucas da Nóbrega - Vice-Reitor

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Fotos: No alto, docentes votam durante a assembleia do dia 13 de julho, que debateu a questão do calendário escolar. Abaixo, professores do Comando de Greve foram à reunião dos diretores. Mais abaixo, representantes dos três segmentos na reunião do CEP no dia 15 de julho
Crédito: Luiz Fernando Nabuco/Aduff






Um comentário:

  1. E como fica a situação dos alunos aprovados no SISU 2.2015? Sou à favor da greve, mas estou meio perdida...

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