quinta-feira, 16 de julho de 2015

A bem da verdade - Nota do Comando Local de Greve dos Docentes da UFF

Menos de 24 horas após os lamentáveis acontecimentos ocorridos ontem no jardim da reitoria da UFF, relatados em nota pelo Comando Local de Greve dos Docentes, desdobramentos posteriores indicaram a necessidade de uma segunda nota.

Naquela primeira, evitamos nomear pessoas e proclamar culpas, ao mesmo tempo em que afirmamos nosso repúdio, por princípio, a ameaças e agressões físicas ou verbais, especialmente se carregadas de preconceito ou conteúdo de opressão. Insistimos na necessidade prévia de apuração dos fatos e em nossa disposição para colaborar com esse esforço.

O Prof. André Guimarães divulgou uma carta de retratação, que nós reproduzimos aqui, em que se desculpa pela ofensa de gênero e nega a ofensa racial. Sendo o professor membro do CLG, nos desculpamos e nos solidarizamos com a estudante atingida pela ofensa de gênero, ofensa à qual repudiamos veementemente.

Por outro lado, tivemos acesso ao documento assinado por 4 dirigentes do DCE-UFF e divulgado nas redes sociais daquela entidade, com uma série de acusações ao professor André e à diretoria da ADUFF-SSind. Ressaltamos que tal documento omite a forma agressiva e opressora com a qual dois dirigentes homens do DCE-UFF (que inclusive assinam a nota) – Marcos Marins e Jefferson Carletto - se dirigiram a uma diretora do sindicato, a professora Renata Vereza, inicialmente sozinha, depois acompanhada de outra professora do CLG, Marina Cavalcante Tedesco. Omite também que quando interpelados por outro diretor da Seção Sindical, o professor Marcelo Badaró, sobre o tom desrespeitoso e opressivo com o qual se dirigiam a uma professora, um dos referidos dirigentes do DCE-UFF respondeu que para ele “tanto faz ser homem ou mulher”. Omite também que o mesmo dirigente tentou agredir o fotógrafo da entidade, buscando obstar o livre exercício de atividade profissional. E que o segundo diretor do DCE-UFF, presente naquela situação, dirigiu-se ao mesmo fotógrafo ameaçando-o, episódios que deram origem aos fatos posteriores. Omite-se ainda que em relação ao professor André Guimarães, que assume em nota pública seu erro, houve tentativas de agressão física ao professor, bem como ameaças verbais de agressão. Uma sucessão de erros, nenhum justificando o outro, todos igualmente repudiáveis. Além disso, a nota divulgada pelos diretores do DCE-UFF falta com a verdade ao afirmar que o professor Marcelo Badaró ameaçou ou gritou ou chamou de fascistas aos dirigentes assinantes da nota. Todas essas omissões e mentiras foram testemunhadas e registradas, cabendo aos assinantes da nota e à entidade que representam retratarem-se publicamente pelo comportamento opressor de gênero tomado por um de seus assinantes em relação à professora Renata Vereza, como também pelas ameaças de agressão, algumas só contidas pela intervenção de terceiros (típicas do clima de violência e justiçamento que se instaura hoje na sociedade brasileira), e ainda pelas calúnias e pela tentativa de desqualificar politicamente uma entidade cuja história de luta em defesa da Universidade Pública é irretocável.

Repudiamos, por isso, qualquer tentativa de desqualificação de uma entidade como a ADUFF-SSind. Lutamos, nesta Seção Sindical, ao longo de mais de três décadas, pela democratização do acesso à Universidade, defendendo nos fóruns do movimento docente e no plano social mais amplo um outro projeto de Universidade e de Sociedade, sem explorações e sem opressões. Luta essa reconhecida nacionalmente ao longo de toda nossa história. 

 Comando Local de Greve dos Docentes da UFF

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