sexta-feira, 19 de junho de 2015

Agenda da Greve: ato no MEC-Rio na terça (23) pressiona por negociação

No mesmo horário, será realizada em Brasília reunião entre Andes-SN e MEC – ideia é pressionar por negociação. 

Na tarde de terça-feira (24), às 14h, o Comando Local de Greve (CLG) docente da UFF promove um ato na representação do MEC no Rio de Janeiro (Rua da Imprensa, 16, Centro-Rio) para pressionar o governo a negociar com o ANDES-SN, em reunião que será realizada no mesmo horário em Brasília, entre representantes do Sindicato Nacional e do Ministério da Educação.

A abertura das negociações foi anunciada na quarta-feira, dia 17, depois de 23 dias da deflagração da greve nacional dos docentes federais. Na pauta, está a discussão sobre as 
reivindicações dos professores, que entraram em greve depois de inúmeras negativas do governo em negociar com a categoria. Embora o ato tenha sido chamado pelo Comando Local de Greve (CLG) docente da UFF, a manifestação está sendo construída em conjunto com  os professores das federais do estado do Rio de Janeiro e com estudantes, em luta pela educação pública, gratuita e de qualidade. 

Negociação
Na última reunião entre ANDES-SN e o Ministro da Educação em exercício, Luís Claudio Costa,  e com representantes da Sesu/MEC, em 22 de maio, os docentes apresentaram, mais uma vez, a pauta da categoria, que inclui a defesa do caráter público da universidade, melhores condições de trabalho, garantia de autonomia, reestruturação da carreira e valorização salarial de ativos e aposentados. Os representantes do MEC, novamente, não apresentaram respostas, e ainda voltaram atrás em relação ao acordo assinado entre a Sesu/MEC e o Sindicato Nacional em abril de 2014, referente aos conceitos iniciais para reestruturação da carreira.

Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, ressalta que, como o governo segue sem negociar com os docentes federais, é fundamental a manutenção e o fortalecimento da greve. “Todas as reuniões anteriores não apresentaram propostas e esperamos que o governo responda as nossas reivindicações. Depois dessa reunião, teremos que avaliar se houve avanços ou não, e qual a forma de dar continuidade ao movimento”, afirmou Rizzo. O presidente do ANDES-SN explicou que a Sesu/MEC tinha ficado responsável por marcar nova reunião, duas semanas após a que foi realizada em 22 de maio. No entanto, como o Sindicato Nacional não foi convocado, enviou ofício cobrando a reunião, que teve como resposta da Sesu, o agendamento para o dia 23 de junho.
A expectativa de Rizzo para a reunião é saber se o MEC dará autorização para que a Sesu/MEC negocie com os docentes federais. “Na reunião que o Sinasefe teve com o ministro da Educação, lhes foi dito que a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) estava autorizada a negociar com o sindicato, mas apenas questões que não trouxessem impactos 
orçamentários. O que nós vamos saber na reunião com a Sesu é se há autorização ou não de disponibilização de recursos por parte do MEC para responder à nossa pauta”, disse o presidente do ANDES-SN.
Em relação aos cortes orçamentários, que recentemente retiraram R$ 9,4 bilhões da educação, Paulo Rizzo espera que o MEC disponibilize publicamente as informações de quais os 
programas e investimentos afetados. “Nós já estamos vendo, na prática, os problemas decorrentes dos cortes na educação – em programas como o Parfor, e o corte das bolsas estudantis, por exemplo –, mas vamos cobrar do MEC que torne público exatamente onde são os cortes que afetam a educação brasileira”, alegou Rizzo.

DA REDAÇÃO DA ADUFF COM ANDES-SN
foto: Passeata unificada no dia 11, em Niterói
Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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