segunda-feira, 1 de junho de 2015

Alunos da UFF arrancam compromissos do reitor, deixam Reitoria e mantêm greve


    Estudantes na ocupação da Reitoria da UFF - foto: Luiz Fernando nabuco
  
Ocupação durou três dias e marcou início da greve dos estudantes; CEP terá reunião extraordinária na segunda (1º)

Após três dias de ocupação da Reitoria, o reitor Sidney Mello assinou carta de compromissos com os estudantes da UFF. Com isso, os alunos desocuparam o local na noite de sexta-feira (29), mas ressaltaram que terminava ali apenas uma etapa da luta do setor e que a greve do segmento, iniciada no dia 28 de maio, iria continuar.

O termo de acordo assinado pela reitoria com os estudantes possui seis itens, que preveem o pagamento imediato das bolsas estudantis, reabertura do bandejão da Praia Vermelha após o término da greve, convocação de sessão extraordinária do CEP (Conselho de Ensino e Pesquisa) para segunda-feira (1º), tendo a suspensão do calendário escolar como pauta única, mesa de negociação na terça-feira (2), com presença do reitor, com os comandos de greve dos estudantes, técnicos e docentes, e reunião da reitoria com os terceirizados, na quarta-feira (3).

Foi acordado ainda que o pagamento das bolsas será acompanhado por uma comissão formada por três estudantes mais uma representação da reitoria. Todas as reuniões – CEP, negociação e terceirizados – estão previstas para ocorrer no auditório da Geociências, às 14 horas.

Ocupa UFF

A ocupação da Reitoria foi definida na tarde do dia 27, quando o movimento discente aprovou a ação em assembleia como forma de pressionar o reitor a atender a pauta de reivindicações. A proposta de ocupação tomou corpo principalmente após o cancelamento da reunião do Conselho Universitário da UFF, por falta de quórum, o que contrariou os alunos, que esperavam ver a suspensão do calendário escolar pautada.

Após a ocupação, estudantes convocaram o pró-reitor de Pessoal, Túlio Franco, e o chefe de gabinete José Rodrigues, para um diálogo. Representando a administração da universidade, eles ouviram algumas demandas dos discentes, como conclusão de obras, ampliação das vagas na moradia estudantil, bandejão, bolsas e respeito aos trabalhadores terceirizados. Os estudantes reafirmaram a necessidade de dialogar com o próprio reitor.

A pressão deu resultado. Ao final do dia, Sidney Mello compareceu à ocupação e pode ouvir as reivindicações dos estudantes, que defenderam a legitimidade da greve dos três segmentos e condenaram a criminalização do movimento sindical na instituição. “Ainda com a Polícia Federal nos gramados da Reitoria, com uma ação de reintegração da posse do prédio, estudantes exigiram que o Sidney assinasse um documento autorizando a remoção das forças policiais e retirando a intenção de reintegração. Documento assinado, somente depois que tivemos a certeza de que não seria usada a força armada para criminalização do movimento estudantil, partimos para negociação”, diz nota publicada pelo movimento ‘Ocupa UFF’ em página no Facebook.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário