terça-feira, 26 de maio de 2015

Docentes da UFF decidem entrar em greve a partir de 28 de maio

Assembleia aprova greve com participação e refuta medidas do governo que cortam recursos da educação e direitos dos trabalhadores sob o argumento do ‘ajuste fiscal’

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Os professores da Universidade Federal Fluminense entram em greve a partir da próxima quinta-feira, dia 28 de maio. A decisão teve 155 votos a favor, 46 contrários e uma abstenção, na assembleia convocada pela Aduff-SSind, ao final da tarde desta quinta-feira (21), no campus do Gragoatá, em Niterói.  A lista de presenças foi assinada por 281 docentes.
Quase simultaneamente, técnico-administrativos da UFF aprovaram por unanimidade, em outra assembleia, parar a partir da mesma data. À noite, os estudantes realizariam assembleia geral para definir o que fazer.

Discursos contundentes e emocionados contra as medidas de ‘ajuste fiscal’ do governo federal, que cortam recursos da educação e reduzem direitos dos trabalhadores, precederam a votação, cujo resultado foi muito comemorado por estudantes que assistiam à assembleia. Referências às medidas provisórias que atacam direitos trabalhistas e previdenciários (664 e 665) e ao atraso de salários e à situação insustentável que vivem os trabalhadores terceirizados foram frequentes.

A eficácia ou não da greve e a necessidade de parar a UFF e somar forças com os trabalhadores das demais instituições federais de ensino e com o funcionalismo público federal permeou o debate. Ao final, prevaleceu por ampla maioria a decisão de parar por tempo indeterminado e construir um movimento que tenha ampla participação da categoria.

As reivindicações giram em torno de demandas gerais do funcionalismo – como a data-base, reposição das perdas (27,3%), aumento dos benefícios e paridade entre ativos e aposentados – e específicas dos docentes, como a carreira e as condições de trabalho, atingidas duramente pelo corte de verbas, dentre outros itens.

Os docentes decidiram somar forças nas atividades de mobilização marcadas para o dia seguinte ao início da greve, 29 de maio, dia nacional de paralisações convocado pelas centrais sindicais contra o pacote de medidas do governo que ataca os trabalhadores e pela rejeição do projeto que estende a possibilidade de terceirizar a força de trabalho para todos os setores (PL 4330).

Os professores aprovaram ainda uma série iniciativas de mobilização, entre elas propor a conformação de um fórum conjunto durante a greve que reúna docentes, técnicos e estudantes e para o qual os terceirizados também sejam convidados a participar.

O Comando de Mobilização dos docentes se reúne na segunda-feira (25), às 16 horas, na sede da Aduff-SSind. A participação é aberta a todos os que assim desejarem. A primeira assembleia após a instalação da greve acontece no dia 1º de junho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário