DA
REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind.
Uma
semana após nova manifestação de professores, estudantes e
técnico-administrativos em greve pela suspensão do calendário acadêmico na UFF, a
sessão extraordinária do Conselho de Ensino e Pesquisa - CEP, realizada nessa
quarta-feira (22) e presidida pelo vice-reitor Antônio Claudio Lucas da
Nóbrega, deliberou por adiar o início do segundo semestre letivo na instituição
até que a greve termine. O sistema acadêmico para o lançamento das notas 1/2015
e dos quadros de horários das disciplinas de 2/2015 permanecerá aberto até o
final do movimento grevista na universidade. Também aprovou que a UFF irá
garantir: a colação de grau dos formandos de 1/2015; as novas matrículas dos
candidatos já convocados e dos que ainda serão selecionados e que se encontram
em lista de espera no processo SISU 2/2015; a abertura de um período,
após o fim da greve, para trancamento de matrícula e cancelamento de
disciplinas.
As propostas
acima foram encaminhadas pela reitoria da Universidade, que, em nota publicada
no sítio da instituição no dia 20 de julho, admitiu que, ao final do primeiro
semestre, obteve “um índice muito baixo de notas lançadas no sistema Iduff, o
que compromete, do ponto de vista prático, o início do período letivo do
segundo semestre de 2015”. O informe da reitoria, intitulado “Responsabilidade
frente ao momento atual: a UFF e o Calendário Escolar”, ainda afirma que,
principalmente nos campi fora da sede, a adesão à greve é forte e que “diversas
Unidades Acadêmicas, de forma colegiada, decidiram interromper as aulas de
graduação ou não lançar no sistema as notas das disciplinas concluídas no
primeiro semestre”. Por fim, reconhece que “é evidente a diversidade de
situações de estudantes e professores dos diferentes cursos em relação à greve”
– argumento já apresentado por integrantes do Comando Local de Greve, inclusive
em reuniões anteriores do CEP, para reivindicar a suspensão do calendário na
Universidade.
Comissão
para elaborar calendário de reposição das aulas
A
mesma reunião do CEP deliberou ainda pela constituição de uma comissão para
elaborar a proposta de reposição de aulas após o término da greve. De acordo
com o regimento do Conselho, a comissão é constituída por cinco membros, sendo
quatro professores e um estudante. Interpelado pelo conselheiro discente, Luan
Cândido, que argumentou sobre a necessidade de representação dos três segmentos
da Universidade na comissão, o vice-reitor Antônio Claudio afirmou ser possível
que o Conselho de Ensino e Pesquisa disponha para que a referida comissão
ausculte obrigatoriamente os diferentes setores, incluindo os comandos de greve.
Lembrou ainda que a proposta de calendário elaborada pela comissão será
submetida ao CEP e que, de acordo com o estatuto da universidade, é a instância
que delibera, de fato, sobre o assunto.
“Defendemos
a suspensão do calendário para assegurar o direito dos estudantes, que, são
nossos aliados e que não podem ser prejudicados durante a greve. Ao final desse
processo, faremos uma avaliação de todo esse período paralisado, e vamos
indicar a reposição de aulas, que não pode ser feita de qualquer jeito, mas sim
de forma integral e com qualidade – presencial e reflexiva, contemplando
ensino, pesquisa e extensão”, disse a professora Sonia Lucio Rodrigues de Lima,
da Escola de Serviço Social e diretora da Aduff-SSind. “Entendemos que o que
aconteceu nessa sessão extraordinária do CEP foi resultado da pressão do
movimento grevista, que, há 50 dias, faz um esforço para que a reitoria e os
conselhos superiores não se furtem de sua responsabilidade, que é também
debater a real situação da universidade, negociar a pauta da greve e suspender
o calendário”, conclui Sônia.
A
mesma avaliação foi feita por Ceila Maria Ferreira, docente do curso de Letras.
Entretanto, ela alerta que é preciso seguir adiante. “Ainda há muito que ser
colocado, principalmente em relação às bolsas PIBIC, de aperfeiçoamento
acadêmico, a questão da pós-graduação. No entanto, é uma vitória e um
reconhecimento acerca da legitimidade da greve”, disse.
Veja
mais sobre a sessão extraordinária do CEP
na próxima edição do jornal da Aduff-SSind, que circula amanhã.
na próxima edição do jornal da Aduff-SSind, que circula amanhã.
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